Ontem, 01 de junho, o município de Seara parou durante duas horas em favor da suinocultura catarinense. O manifesto de apoio da sociedade searaense aos suinocultores aconteceu na praça Dr. Harry Quadros de Oliveira, em frente à Prefeitura Municipal de Seara. Mais de 1,5 mil pessoas estiveram no evento que reuniu produtores, entidades ligadas ao setor, autoridades políticas, empresários e estudantes. Com a finalidade de propagar o consumo da carne suína na região, o manifesto “Para a Suinocultura continuar, Seara Pára”, foi promovido pelo Núcleo Municipal e Regional de Criadores de Suínos de Seara, Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, Faesc, Prefeitura Municipal de Seara, Câmara Municipal de Vereadores, Sindicato de Produtores e Trabalhadores Rurais do município e contou com o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas e Associação Comercial e Industrial de Seara.
Segundo o presidente do Núcleo Municipal, Francisco Canossa, o objetivo da manifestação é de desmistificar a relação da nova gripe com o consumo da carne suína. “É preciso incentivar o consumo de carne suína, e na escola levamos aos alunos a informação de que o consumo da carne não tem nada a ver com a gripe”. Canossa diz que além do receio do consumo devido à gripe A, o preço pago ao produtor ainda gera prejuízo e o produtor continua no vermelho. Hoje o produtor recebe pelo quilo do suíno R$ 1,65.
Segundo o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri há dois problemas preço e consumo, “a crise financeira internacional derrubou, inicialmente, o volume das exportações e, depois, os preços. Atualmente, o Brasil exporta um volume razoável de carne suína, mas o preço é 40% inferior ao praticado em 2007 e 2008” explica. “Estamos pagando para consumirem nossa carne”, diz o presidente do Sindicato Rural de Seara, Waldemar Zanluchi. No mercado doméstico, o consumo caiu 75% em grandes praças, como São Paulo, em razão da indevida associação feita entre a carne suína e a gripe A, erroneamente chamada de “gripe suína” pelos meios de comunicação.
O presidente da ACCS, Wolmir de Souza, diz que a grande manifestação da imprensa nacional, quanto à gripe, denominada como “gripe suína” pela maioria, causou uma redução no consumo. “O maior mercado dos suinocultores é o interno e no Brasil é possível perceber que as pessoas estão cautelosas quanto ao consumo”. Souza diz que todos os caminhos foram percorridos para abrir novos mercados, valorizar a carne suína e recuperar preços para o criador. Souza tem esperança que a Rússia – onde se encontra uma nova missão oficial brasileira negociando a troca de trigo e fertilizantes por carne – volte a comprar o produto catarinense.
Criadores e lideranças querem para o agronegócio suinícola a mesma atenção que o governo deu à indústria automobilística. Uma carta de reivindicações foi tirada do evento e será entregue ao governo do Estado e ao governo federal cobrando medidas de auxílio aos produtores, onde consta as seguintes reivindicações: Liberação de recursos financeiros para a suinocultura catarinense, pois o suinocultor não esta tendo condições de comprar insumo para os animais, com urgência a prorrogação das dívidas dos suinocultores; Liberação de milho CONAB para o Estado; Suspensão imediata da cobrança do Funrural em Leitões e reprodutores conforme Lei nº11.718/08 e ofício encaminhado n°048/08, 12.11.08; ações imediatas para abertura de novos mercados, além de uma política de preços mínimos para a carne suína.
Durante o manifesto o comércio, a indústria e o setor de serviços paralisaram suas atividades para manifestar seu compromisso com a atividade suinícola. O ato de Seara encerrou no Colégio Estadual Raimundo Corrêa, onde foi servido lanche à base da carne suína, no horário do lanche escolar para os alunos.
* Com informações da Assessoria de Imprensa da ACCS