A Elanco Saúde Animal, uma divisão da Eli Lilly and Company, acaba de anunciar pesquisas para o desenvolvimento de oito alternativas ao uso de antibióticos de classe compartilhada, medicamentos utilizados tanto em humanos como em animais. Embora seja ainda uma hipótese em avaliação, há uma suposição de que o consumo de carnes de animais tratados com esses produtos possa tornar as bactérias mais resistentes e, consequentemente, o tratamento com tais antibióticos menos efetivo em seres humanos. A Elanco compartilha dessa preocupação e vem trabalhando em um plano de gestão para os produtos na cadeia de produção animal, o que inclui intensas pesquisas para criar alternativas ao seu uso.
A companhia está investindo em alternativas para as doenças mais desafiadoras que afetam a saúde animal e para as quais há pouca ou nenhuma alternativa ao uso dos antibióticos de classe compartilhada. Entre elas, estão:
- abscessos hepáticos (abcessos no fígado) em bovinos;
- enterite necrótica (doença do trato digestivo) e coccidiose (infecção intestinal) em aves;
- diarreia causada por Lawsonia intracellularis e infecções por Streptococcus suis em suínos.
“Estamos caminhando para reforçar nosso portfólio tanto com alternativas preventivas (como vacinas, enzimas e imunorrestauradores – agentes que restituem o sistema imunológico) quanto com antibióticos de uso exclusivamente animal. A Elanco acredita que é responsabilidade de toda a indústria manter os animais saudáveis e prevenir doenças ou tratar aqueles que ficam doentes, utilizando racionalmente os meios disponíveis”, comenta Karla Camargo, Diretora de Acesso ao Mercado da empresa.
Este ano, a Elanco já lançou no Brasil Zimprova, antibiótico de uso exclusivo animal, para gado criado a pasto, com a finalidade de proporcionar ganho de peso sem afetar o consumo do suplemento. Ano passado, trouxe ao país Imrestor, um imunorrestaurador que restitui a função do sistema imunológico inato das vacas leiteiras, reduzindo em até 50% a incidência de mastite, o que necessariamente faz cair o uso de antibióticos. Também lançou Fusogard, vacina que previne duas infecções importantes que impactam a produtividade dos bovinos – a pododermatite interdigital (chamada de podridão dos cascos) e o abscesso hepático. Globalmente, também reposicionou dois antibióticos de uso exclusivo animal para tratar doenças intestinais em suínos e aves. Até 2020, a Elanco pretende oferecer mais 25 alternativas a esses medicamentos que atendam às demandas não contempladas atualmente.
Além dos lançamentos e das pesquisas de novos produtos, a empresa adotou outras medidas para garantir o acesso à proteína de qualidade e o uso sustentável de recursos. Entre elas, estão o envio de 75 pedidos de mudança de rótulos de antibióticos de classe compartilhada, para atender às normas exigidas pelo FDA, órgão regulatório dos Estados Unidos (correspondente ao MAPA no Brasil), e para eliminar suas vendas no balcão – incluindo produtos injetáveis – onde exista supervisão veterinária. A empresa também criou duas equipes de pesquisa e desenvolvimento voltadas ao tema e destinou 90% dos investimentos à busca de opções e US$ 2 milhões para incentivar inovações que visam sanar cinco principais doenças que afetam o gado. A Elanco também está criando um projeto voltado à saúde nutricional para prevenir problemas gastrointestinais do animal através de enzimas e probióticos e, assim, diminuir a necessidade de antibióticos.
“A Elanco está extremamente comprometida em trazer mais clareza para as questões em torno do uso desses medicamentos, sempre visando ao bem-estar animal, à sustentabilidade e à segurança da cadeia alimentar a longo prazo, preservando os antibióticos para as gerações futuras por meio de seu uso responsável”, reforça Jeff Simmons, Presidente Global da Elanco.
Oito passos para um futuro melhor
As iniciativas anunciadas pela companhia fazem parte do compromisso firmado por Jeff Simmons em junho do ano passado, quando participou do fórum sobre gestão de antibióticos na Casa Branca, sede do governo norte-americano. Na oportunidade, Simmons detalhou a proposta da companhia para combater a crescente preocupação da sociedade sobre a resistência do organismo humano a esses medicamentos.
O plano de oito etapas para a gestão de antibióticos garante o uso responsável, propõe a redução dos produtos de classes compartilhadas e sua substituição por alternativas. Entre as iniciativas, estão também treinamento para produtores e varejistas de alimentos e incentivo às políticas que aumentem a supervisão veterinária.
A empresa também se colocou à disposição para colaborar com autoridades regulatórias, associações empresariais e indústrias do setor que tenham projetos sobre o tema. Para tanto, reuniu-se em Washington em 21 e 22 de setembro com cerca de 60 CEOs de grandes empresas alimentícias do mundo todo e 300 representantes de governos, ONGs e grupos privados para discutir o futuro dos antibióticos e procurar uma voz única para suprir essa atual necessidade.
Todos os esforços estão reunidos em uma política global lançada no início deste ano. O movimento One Health se tornou a nova bandeira corporativa da empresa e dá o tom do negócio e das ações corporativas desde então. “One Health significa entender que a saúde das pessoas, do planeta e dos animais estão conectadas. Portanto, para termos seres humanos saudáveis e um planeta sustentável, que possa prover recursos naturais sem esgotamento, precisamos pensar, antes de tudo, em animais saudáveis, tratados com respeito, coexistindo em harmonia com o homem e o entorno”, resume Simmons.Informações adicionais sobre a Elanco estão disponíveis em www.elanco.com.