A Sapore, uma das maiores fornecedoras de alimentação para empresas do País, propôs fazer uma fusão com a International Meat Company (IMC), dona das redes Viena e Frango Assado, para criar uma companhia de R$ 3,3 bilhões em faturamento. A proposta deverá ser analisada pelo conselho de administração da IMC até o próximo dia 23.
Pela oferta, a IMC, que tem ações negociadas na Bolsa, incorporaria a Sapore, e faria uma distribuição de dividendos de R$ 355 milhões a seus acionistas. Após a operação, a Sapore ficaria com 50,47% do negócio e, a IMC, com a fatia restante.
“Há pelo menos um ano a Sapore está estudando essa operação, que é complementar ao negócio, mas em nenhum momento pensou em fazer uma oferta de compra, mas sim de combinação de ativos”, disse Elezir da Silva Junior, diretor financeiro da Sapore. O executivo afirmou que a nova companhia, após a concretização da fusão e a realização da distribuição de dividendos, ficará com dívida de R$ 427 milhões, o equivalente a 1,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
A Sapore, que tem 500 clientes corporativos, entre eles Volkswagen, Ford, Pirelli, Citi e Safra, e 1,1 mil restaurantes, prevê alcançar receita de R$ 1,75 bilhão neste ano. A fusão alçaria a companhia brasileira ao mercado internacional. Isso porque a IMC, que hoje é tem capital pulverizado, atua nos Estados Unidos, Colômbia, México e países do Caribe. A Sapore está sendo assessorada pela Riza Capital, de Marco Gonçalves. A empresa brasileira, fundada em 1992 pelo uruguaio Daniel Mendez, fornece cerca de 1,2 milhão de refeições diárias.
Advent. Em outubro passado, o fundo de investimento Advent, que era o maior acionista do IMC, se desfez de boa parte das ações da companhia, a R$ 8 cada. A combinação de ativos com a Sapore agora avalia a ação da IMC a R$ 8,92. Procurado, o Advent não comentou.
Em comunicado ao mercado, a IMC, que registrou faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2017, confirmou que recebeu a oferta de fusão da Sapore. Nenhum porta-voz da companhia retornou os pedidos de entrevista.
Fontes de mercado afirmam que a fusão está nas mãos dos acionistas da IMC, que deverão decidir em assembleia convocada pelo conselho. De acordo com essas pessoas, os acionistas acham que a empresa estaria subavaliada nesta proposta. Em relatório, o BTG Pactual diz ver sinergias na combinação das duas empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.