Após fechar 2010 com um crescimento de 20,9% na base de consumidores, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SC Gás) se prepara para entrar em uma fase que prevê R$ 241 milhões em investimentos até 2015. O projeto é encerrar 2011 com 3.589 clientes, ampliação que terá ênfase em um novo trecho de distribuição em direção à região serrana catarinense e ao atendimento de novas cidades no segmento residencial.
Na próxima semana, a SC Gás deve assinar protocolo com a prefeitura de Blumenau, no Vale do Itajaí, e dará início ao fornecimento residencial na cidade. Hoje, apenas Criciúma, município no Sul do Estado em que a companhia tem ampla base de clientes industriais, em função da atividade cerâmica, possui oferta de gás neste segmento. Além de Florianópolis e São José, na região metropolitana, Balneário Camboriu e Joinville, cidades onde já há projetos-piloto de fornecimento, devem ser as próximas cidades a receber investimentos até o final do ano.
No ano passado, a SC Gás teve um crescimento de 24,6% no mercado residencial. Apesar da ampliação, o segmento representou apenas 0,11% do faturamento do período. A indústria ainda detém a grande fatia, com 71% das vendas, seguido pelo automotivo, com 22%.
Paes, empossado no começo do ano com chegada de Colombo ao cargo, disse que uma das metas para 2011 é avançar na rede de atendimento ao planalto serrano. A região, que tem Lages como a principal cidade, deve receber R$ 21 milhões em investimentos ainda este ano para ligar o trecho entre Apiuna e Ibirama. Para completar o projeto e ligar a rede até Lages, serão necessários mais R$ 111 milhões em investimentos.
No ano passado, a companhia realizou investimentos de R$ 33,5 milhões, com implantação de 62 quilômetros de novas redes de distribuição do gás natural. Desde 2000, quando a SC Gás iniciou as suas atividades, até o ano passado, foram aplicados R$ 338 milhões.
Para Paes, a chegada da rede ao Planalto Serrano é uma finalidade, mas também um caminho para novos investimentos. A região é fundamental para o acesso da SC Gás ao Oeste catarinense, polo nacional de agronegócios, com suinocultura, avicultura e processamento de grãos. Na avaliação do presidente, a expansão da rede para o interior do Estado é fundamental para brecar o processo de litoralização, que é a concentração do desenvolvimento nas cidades do litoral catarinense.
Hoje, a SC Gás antecipa a chegada do sistema de distribuição por dutos com o transporte de GNC em caminhões aos postos de combustível. Segundo Paes, a companhia já pensa em implementar projetos de “gás virtual”. Pelo sistema, o gás é transportado em caminhões em estado líquido e regaseificado no ponto de consumo.
Entre os projetos em desenvolvimento para 2011 está o início de uma parceria entre SC Gás, BR Foods e a Bio-Gas Tech. Com potencial de geração de 3 milhões de metros cúbicos por dia, Santa Catarina tem grande capacidade de se tornar um produtor permanente de gás gerado com resíduos, principalmente os provenientes da suinocultura, que hoje representam um grande passivo ambiental. Nesta fase, a maior preocupação é com a logística para ligar as centenas de pequenas propriedades rurais a um sistema integrado de distribuição deste gás – e tornar o custo da operação comercialmente viável.