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Genética

Suinocultor no Canadá

Presidente da Associação dos Suinocultores de Santa Rosa visita empresa de genética suína canadense e promove intercâmbio de ideias.

Suinocultor no Canadá

Recentemente, o suinocultor e Presidente da Associação de Suinocultores de Santa Rosa (filiada à ACSURS), Martin Riordan, visitou uma empresa canadense de genética suína. Durante cinco dias, ele acompanhou os colaboradores da empresa, que fica localizada na cidade de Winnipeg, no Estado de Manitoba, em visitas a granjas núcleos, multiplicadoras e comerciais.

No primeiro dia, Martin visitou o escritório administrativo da Genesus e ficou impressionado ao ver que o escritório é usado somente pelos colaboradores da contabilidade, pois, todos os dirigentes da empresa têm celulares do tipo Blackberry que, além de servir como telefone, acessa a internet, possibilitando ao seu usuário navegar em sites e ver seus e-mails. Com isso, estão com a comunicação na mão e não precisam ficar no escritório para se comunicar. Passam o tempo na estrada, visitando clientes.

Em seguida, ele visitou granjas da Genesus próximas a Winnipeg. A empresa possui várias granjas núcleos no estado, onde produz as linhagens fêmea (Large White e Landrace) e macho (Duroc e Large White). No Canadá, a raça Large White é conhecida como Yorkshire ou York. Além disso, a Genesus terceiriza o serviço de produção dos animais, sob a supervisão dos geneticistas da empresa. As seis granjas visitadas pelo dirigente de Santa Rosa pertencem a comunidades Hutterite.

Estas comunidades religiosas rurais têm de 100 a 120 pessoas (em torno de 20-30 famílias), organizadas em “colônias”. Cada colônia possui uma fazenda, com atividades diversas – agricultura, suinocultura, avicultura, vacas de leite e até fábricas de equipamentos para suinocultura. “Eu fiquei impressionado com a dedicação e competência do pessoal que conheci nas colônias”, confessa Riordan.

“Todas as granjas que visitei têm em torno de 750 matrizes. Geralmente, elas ficam dentro de um pavilhão enorme, medindo 220m de comprimento por 50m de largura. Isso facilita o isolamento térmico, já que o frio no inverno é intenso (é comum chegar aos -30ºC). Dentro deste pavilhão há um corredor central, com salas abrindo para os dois lados. A produção começa em uma ponta do pavilhão, com monta e gestação, e segue pelas fases de maternidade, creche, crescimento e terminação até chegar na outra ponta. O aquecimento é através de água quente, aquecida por gás, que circula em cada sala, e há sistemas de ventilação nas salas para renovar o ar. Cada sala tem seu computador de controle de ambiente, onde é programada a temperatura ideal da sala”, explica Martin.

Ele também ficou impressionado com o grau de automação nas granjas. Cada sala tem um sistema individual de controle de temperatura e, além disso, o preparo e distribuição de alimentação (líquida e/ou seca), processamento de dejetos, acontece automaticamente. Isso é resultado do alto custo da mão de obra no Canadá e a disponibilidade de equipamentos sofisticados por preços razoáveis. Um funcionário de granja custa em torno de US$ 4.000,00 por mês, mais ou menos 10 vezes o custo no Brasil. Nas granjas visitadas por Riordan, o número de funcionários para um sistema de ciclo completo de 750 matrizes varia de 4 a 6 pessoas. Nota-se a diferença, principalmente, na mortalidade de leitões na maternidade. No Brasil, a norma é até 10%, com algumas granjas conseguindo segurar em 3%. Mas no Canadá, 18-20% é aceitável.

No Canadá existe uma grande variedade de equipamentos para suinocultura de ótima qualidade. Esta qualidade pode ser vista nas maternidades das granjas visitadas. As gaiolas das porcas são de ferro galvanizado e os pisos vazados são metálicos, revestidos com plástico grosso e, portanto, tem uma vida útil longa. As fêmeas são animais fortes, cheios, de excelente conformação e tem aparelho mamário bem desenvolvido e tetas uniformes.

Segundo o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, este tipo de iniciativa é muito válida, tendo em vista que o conhecimento de novas culturas e tecnologias, relacionadas à suinocultura, sempre agregam valor à nossa produção. “O intercâmbio de idéias é vital para o desenvolvimento da suinocultura gaúcha. Com ele, conhecemos novidades do setor em termos mundiais, as quais podemos aplicar à nossa realidade e, além disso, podemos ver que nossa produção está em um patamar de alta qualidade”, explica Folador.