A Câmara Setorial da Carne Bovina encaminhou ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e ao Secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, um pedido para que o governo retenha os lotes de vacina contra febre aftosa do laboratório argentino Biogénesis-Bagó ainda não liberados pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro). Além disso, a entidade solicitou ao governo que suspenda a validade da licença do laboratório.
“Esta medida visa proteger os 2,6 milhões de criadores de bovinos com suas 204 milhões de cabeças do alto risco que envolve a manipulação de cepas exóticas”, diz o documento enviado ao governo.
Em nota técnica assinada pelo coordenador de produtos veterinários do Ministério da Agricultura, Cleber Taylor Melo Carneiro, o governo informa que faz testes nas vacinas do laboratório argentino exportadas para o Brasil para identificar a presença do vírus O Taiwan, exótico no continente americano. Além disso, a nota informa que a unidade da Biogénesis-Bagó na Argentina foi auditada pelo ministério no ano passado e que não foi verificado indícios de manipulação do vírus.
O governo brasileiro reconhece, no entanto, que sabia da existência do antígeno com o vírus O Taiwan imune. A nota não informa, porém, o volume identificado nas auditorias, nem a quantidade de vacinas que poderiam ser fabricadas a partir dele.