Ontem (10), durante o Almoço do Empresário, realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o presidente da Vale, Murilo Ferreira, palestrou sobre os negócios da companhia siderúrgica com o gigante asiático, a China. Segundo Fererira, além de minério de ferro, carvão e cobre, a empresa também investe forte na produção de potássio e níquel, elementos importantes para esta fase de crescimento do país asiático.
Durante o evento, foram entregues algumas homenagens ao empresário. A Ferreira, o presidente da ACRJ, Antenor Leal, o presidente do Conselho Superior da ACRJ, Humberto Mota e o presidente do Jornal do Commercio, Maurício Dinepi, entregaram a Medalha Bicentenário da ACRJ (grau ouro), o diploma Visconde de Mauá e o livro “Casa do Empresário – Trajetória da Associação Comercial do Rio de Janeiro”, respectivamente.
Primeiramente, em seu discurso, Ferreira expôs os números de crescimento da mineradora, que emprega 132 mil pessoas no mundo. O crescimento maior da Vale é na exportação de carvão metalúrgico, cobre e fertilizantes – elementos necessários para o mundo atual. Vivendo hoje um ciclo positivo, com 63% dos títulos investidos no Brasil, a empresa tem como objetivo um balanço sólido e conservador, possibilitando pagamentos justos de dividendos aos acionistas.
“Obtivemos recordes em 2011. Crescemos quase 30% na receita operacional, com um lucro operacional de US$30 bilhões, um aumento de 38%. E nos próximos quatro anos, nossos 20 maiores projetores receberão uma verba de US$48,5 bilhões”, afirmou o empresário, ao evidenciar a grandiosidade da planilha de investimentos da mineradora.
Relações com a China – Ferreira vê com positividade o crescimento de países com grandes contingentes populacionais, como a China, Índia, Brasil e Indonésia, e observa o quanto estes países estão ansiosos por uma maior demanda em construção de habitação e infraestrutura, aumentando a procura por minério de ferro, carvão e cobre.
Outros dois grandes potenciais são a produção de potássio – para fertilizantes – e de níquel, grande componente dos projetos ecológicos.
“A China se tornou o maior consumidor mundial de fertilizantes, pois está muito preocupada com a maior produtividade de alimentos. A Vale está fazendo uma grande força para que seja colocada entre os quatro maiores produtores de potássio do mundo. Já o níquel será muito demandado em projetos sustentáveis, como a produção de automóveis com bateria elétrica”, explica Ferreira.
A Ásia representa o maior mercado da Vale, sendo responsável por 53% da receita da mineradora. Destes, 32% são provenientes de negócios com a China. A Europa, que já foi o grande mercado da empresa, representa hoje uma receita de pouco menos de 19%. Isso porque o gigante asiático, em alguns casos, tem grande dependência na exportação de matéria prima e se tornou um país muito importante na America Latina. No primeiro trimestre desse ano, o consumo na China de minério de ferro foi 6% maior em comparação ao mesmo período do ano passado.
“O fenômeno chinês está se disseminando no consumo de todos os produtos. Todos podemos ver a participação da China no consumo de metais. A China está cada vez mais dependente dos nossos minérios e dos minérios dos australianos. Hoje, 60% do total de minério são oriundos do exterior, principalmente Brasil e Austrália”, diz Ferreira.
Para aumentar a vantagem em cima do minério australiano, tendo em vista que o produto demora 40 dias para chegar do Brasil à China, contra 14 dias da Austrália à China, a Vale está investindo na construção de navios, um centro de distribuição no Oriente Médio e uma estação de transferência flutuante nas Filipinas.