A Pfizer Saúde Animal finalizou seu ano fiscal de 2011 (dezembro a novembro) com receita de R$ 592 milhões no Brasil, um crescimento de 14% em relação à temporada anterior, acompanhando o forte desempenho do mercado veterinário no ano.
O resultado leva em consideração as vendas da Fort Dodge, empresa que foi adquirida em 2009 e que ainda espera pela aprovação definitiva do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prevista para o primeiro semestre de 2012.
Carro-chefe da companhia no Brasil, as vendas de medicamentos e vacinas para bovinos somaram R$ 332 milhões, um aumento de 13% sobre 2010. Aves e suínos geraram R$ 94 milhões cada, embora tenham crescido em ritmos diferentes: 11% e 6%, respectivamente. Já as vendas de produtos para animais de companhia saltaram 18%, a R$ 71 milhões.
A Pfizer Saúde Animal é a maior empresa do setor veterinário no mundo, posição que sustentou graças ao fracasso recente da fusão anunciada entre a Merial, do grupo Sanofi-Aventis e a Intervet, pertencente à Merck – juntas, as duas companhias abocanhariam cerca de 30% do mercado global.
No Brasil, a Pfizer detém 17% de participação no setor. A companhia triplicou de tamanho nos últimos sete anos, impulsionada pelo crescimento do mercado e por aquisições de empresas e portfólios de produtos em nível global – entre as quais Alpharma, Synbiotics e a própria Fort Dodge, todas em fase de integração.
Jorge Espanha, principal executivo da companhia no Brasil, afirma que a empresa mira novas aquisições. “Nossa meta é elevar as vendas para o patamar de R$ 1 bilhão até 2017. Para isso, vamos apostar em novos produtos e aquisição de portfólios e empresas que complementem nossa linha de produtos”. Só no Brasil, diz, cerca de 40% do mercado veterinário está nas mãos de 70 pequenas e médias empresas.
Para 2012, o executivo espera repetir o crescimento de dois dígitos. Para isso, conta com a manutenção dos preços da arroba do boi gordo em patamares elevados. “Existe uma correlação direta entre preço e uso de tecnologia”, afirma o executivo. “Mas há uma tendência clara de crescimento no longo prazo. O produtor já assimilou qual será o papel do Brasil no mercado global e que precisa investir em produtividade”. Segundo ele, o gasto médio com produtos veterinários na pecuária bovina ainda oscila entre R$ 8 e R$ 10 por cabeça no Brasil, ante mais de R$ 40 nos EUA.
Mas enquanto faz contas, observa empresas e trabalha para integrar as últimas aquisições, Espanha lida com a possibilidade de a própria Pfizer Saúde Animal mudar de mãos. Em julho, o grupo Pfizer Inc. anunciou que estuda a possibilidade de vender ou desmembrar unidades, entre as quais a veterinária, que faturou US$ 4 bilhões globalmente em 2011. “A matriz concluiu que temos maior valor de mercado fora da companhia”, explica o executivo.
Espanha acredita que a venda é improvável, considerando o tamanho da companhia e os já elevados índices de concentração no mercado de saúde animal. “Das opções que estão na mesa, o ‘spin-off’ [desmembramento via venda ou emissão de novas ações] parece ser a mais interessante para uma companhia desse porte, mas não há nada definido”.