Redação (20/03/2009)- A crise financeira mundial pode reduzir o crescimento do setor agropecuário e aumentar o desemprego na América Latina, advertiu nesta quinta-feira (19) em um comunicado difundido em Santiago, o Observatório da Fome na América Latina e Caribe, da FAO.
Para contrariar essa tendência, os governos estão desenvolvendo medidas multisetoriais que incluem o apoio à comercialização de diversas cadeias produtivas, a entrega de incentivos fiscais e a distribuição de insumos para apoiar a produção, afirmou a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO).
A última edição do boletim do Observatório da Fome do Escritório Regional mostra que o crescimento real do setor agropecuário em 2009 poderia ser reduzido a menos da metade da média observada nos últimos 5 anos no Brasil, Panamá, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.
Este cenário se deve a queda da demanda exterior, os altos custos dos insumos e das condições climáticas adversas.
Estas últimas, como as secas na Argentina e Paraguai, e as chuvas intensas no Equador, tem provocado previsões negativas para o setor agrícola e pecuário para alguns países da região, depois de 4 anos de crescimento acima de 4%.
Em relação aos efeitos da queda da produção e do desemprego, entre 1,5 e 2,4 milhões de pessoas poderiam ficar sem emprego durante o ano que vem, segundo projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Com a finalidade de diminuir essa tendência, a FAO, dentro da Iniciativa de Alta dos Preços dos Alimentos (IAPA), tem administrado 28 projetos na América Latina e no Caribe, para o abastecimento de insumos a pequenos produtores agrícolas, somando um total de 20,7 milhões de dólares.