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Mercado Interno

IBGE confirma drástica desaceleração na produção de suínos

Produção de suínos no segundo trimestre registrou uma queda de 1,55% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior

IBGE confirma drástica desaceleração na produção de suínos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou uma drástica desaceleração na produção de suínos, embora a oferta abundante de outras carnes esteja restringindo as cotações. Com base em dados preliminares de abate referentes ao segundo trimestre de 2023 e estatísticas de exportação de carnes publicadas pelo IBGE em 10 de agosto, Iuri Pinheiro Machado, consultor de mercado da ABCS, realizou análises comparativas com o mesmo período do ano anterior. Essas análises destacam os fundamentos que explicam a atual situação de mercado, caracterizada por uma alta disponibilidade interna das três principais carnes comercializadas no Brasil, enquanto os preços pagos aos produtores permanecem estagnados.

Produção do segundo trimestre e consolidado do primeiro semestre

Em termos de toneladas de carcaças, o segundo trimestre de 2023 apresentou um aumento na produção de frango (+7,23%) e carne bovina (+9,47%) em comparação com o mesmo período de 2022, enquanto a produção de carne suína registrou uma pequena redução (-0,32%). No acumulado do ano (primeiro semestre), em comparação com o mesmo período do ano anterior, observou-se um aumento de 6,30% no abate de bovinos, 6,89% no abate de frangos e apenas 1,23% na produção de carcaças suínas. Destaca-se o peso médio significativamente alto das carcaças suínas no segundo trimestre (93,78 kg), o mais alto na série histórica do IBGE.

tabela 1

Tabela 1. Dados de abate (em toneladas de carcaças e 1.000 cabeças) de bovinos, aves e suínos do segundo trimestre, e acumulado do primeiro semestre de 2023, comparados com o mesmo período do ano passado e com o primeiro trimestre deste ano.
* dados do segundo trimestre/23 preliminares.

Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.

Análise do Abate de Suínos

Após um longo período de crescimento na produção, notavelmente entre 2019 e 2022, a produção de suínos no segundo trimestre de 2023 registrou uma queda de 1,55% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso representa a primeira redução em cabeças desde 2014 e em toneladas de carcaças desde 2018. Essa redução também foi observada ao comparar o primeiro semestre de 2023 com o segundo semestre de 2022, marcando a primeira diminuição nesses parâmetros desde o primeiro semestre de 2019.

Essas análises revelam a dinâmica atual do mercado suíno, onde a desaceleração na produção se destaca, mas é moderada pela oferta abundante de outras carnes. O estudo completo do mercado de suínos no mês de agosto pode ser consultado para uma visão mais detalhada.

tabela 2

Tabela 2. Abate TRIMESTRAL de suínos no Brasil em cabeças e toneladas de carcaças e crescimento/redução (%) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e ao trimestre imediatamente anterior.
Redução observada no 2º trimestre de 2023 em relação ao mesmo trimestre de 2022 foi a primeira desde 2014 em cabeças e 2018 em toneladas de carcaças.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE.

Ao se fazer a mesma análise comparativa do crescimento do abate de suínos entre os SEMESTRES (tabela 3), observa-se que o pequeno crescimento deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado de 0,80% em cabeças e 1,23% em toneladas de carcaças só foi maior que o ocorrido no primeiro semestre de 2014 (+0,38% e +0,47%, respectivamente). Por outro lado, em comparação com o semestre anterior (2º semestre de 2022), houve queda no número de cabeças e ton. de carcaças (-1,3% e -1,23%, respectivamente) pela primeira vez, desde o primeiro semestre de 2019 (-0,4% e -0,6%).

tabela 3