Redação (12/05/06) – Porém em nota divulgada à imprensa não informou quantos funcionários serão dispensados, nem o corte na produção da fábrica na Capital, e muito menos como será o processo de transferência de parte de sua escala de produção para a unidade de Panambi (RS).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgica, Mecânica e de Materiais Elétricos de Mato Grosso do Sul somente neste ano a empresa já teria demitido 150 funcionários, sendo que neste mês foram dispensados 89.
Informações extra-oficiais dão conta de que na Capital a fábrica já teria reduzido a produção de sistemas de armazenamento para apenas 70% de sua capacidade, enquanto na unidade gaúcha este volume teria caído para 30%. Além disso nesta etapa seriam mais 11 demitidos.
Na nota, o grupo atribui a adequação à crise do agronegócio: “Como as demais empresas que integram a cadeia brasileira do agronegócio, a Kepler Weber também sentiu diretamente os efeitos da crise tendo que proceder uma adequação ao atual momento crítico pelo qual passa o setor. O fato levou, entre outros cortes de custos, à necessidade de redução momentânea de seu quadro funcional em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Isto não significa, entretanto, que a empresa esteja rompendo acordos ou deixando de cumprir compromissos com seus parceiros de longa data, sejam governos, sejam fornecedores”.
Preocupação
Os cerca de 20 fornecedores da Kepler na Capital, que têm quase 300 funcionários são os mais preocupados com as mudanças na empresa. Ontem pela manhã, o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas de MS, Edimir Oshiro esteve reunido com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), para discutir a situação.
De acordo com Alfredo Fernandes, o Sindicato procurou a Fiems para externar a preocupação diante da mudança na diretoria da empresa com a saída de Othon DEça Cals, e a entrada de Milton Silva, e a decisão de transferir parte da produção para o RS e reduzir o quadro de funcionários.
“Como prestadoras de serviços, este tipo de medida trará diminuição nas encomendas destas empresas o que pode resultar em demissão num setor que emprega 250 a 300 pessoas”, frisou.
Diante do temor, a Fiems quer a intervenção do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande para que a Kepler Weber mantenha a produção e não leve à falência as empresas que prestam serviços de terceirização à empresa. De acordo com ele, estas empresas se instalaram na Capital com a finalidade exclusiva de atender a fábrica.
Além disso, Fernandes disse que a Fiems vai encaminhar ofício à direção da empresa para discutir o assunto e marcar reuniões com o secretário do Governo Raufi Marques e o prefeito municipal Nelsinho Trad.