Da Redação 27/06/2005 – “Não haverá descontinuidade nas aplicações de crédito de financiamento. Mesmo com as dificuldades, batemos o recorde em investimentos na agricultura. Tivemos R$ 7,5 bilhões em 2003-2004 contra R$ 7 bilhões em 2004-2005”. A afirmação é do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, que lançou oficialmente nesta sexta (24), o Plano Agrícola e Pecuário 2005-2006. O plano foi anunciado hoje (24), último dia do 4o. Congresso Brasileiro de Agribusiness.
Wedekin destacou o pacote de R$ 53, 4 bilhões para o crédito rural e programas de investimentos da ordem de R$ 11 bilhões, o que representa um crescimento de 4% em relação ao plano 2004-2005. Ele citou ainda um crescimento de 18% de recursos controlados.
O programa de investimentos anunciado tem foco na agregação de valor da produção e nas questões ambientais e sanitárias. Agricultores que tiverem em suas terras reserva legal ou área de reserva ambiental permanente terão 15% a mais de crédito para custeio de produção. O mesmo percentual de acréscimo será dado para quem praticar lavoura e pecuária simultaneamente.
Segundo Wedekin, o plano também dá ênfase à correção de preço mínimo para produtos como arroz e milho e para algumas culturas regionais do Norte e do Nordeste do país.
Após o pronunciamento de Wedekin, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) falou sobre as “Expectativas do Mercado Internacional”.
Dirigido a empresários, investidores, profissionais dos diversos segmentos do agronegócio, consultores e acadêmicos, o congresso é realizado pela ABAG, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e tem como tema “Alimentos, Energia e Sustentabilidade”.
SETOR EM NÚMEROS
O agronegócio brasileiro vem desempenhando cada vez mais um papel crucial no desenvolvimento econômico do Brasil. Fortalecido e melhor preparado tecnologicamente, gera hoje mais de 37% dos empregos no território nacional.
Com participação em 34% do PIB, o setor responde por 42% das exportações, levando o Brasil a uma posição de destaque no ranking das nações mais competitivas do mundo na produção de commodities agroindustriais, com enorme potencial de expansão horizontal e vertical da oferta.
O País detém o quarto lugar nas exportações agrícolas mundiais, com uma taxa média de crescimento acima de 6% ao ano. É o primeiro exportador mundial de produtos dos complexos soja, café, açúcar, suco de laranja, tabaco e carne bovina e de frango.
Em 2004, as exportações do setor atingiram US$ 39 bilhões, com um crescimento de 27,3% em relação ao ano anterior. Com a conquista de novos mercados externos, a expectativa do Ministério da Agricultura é de um incremento de 15% em 2005.
ABAG
Fundada há 12 anos, a ABAG tem por objetivo conscientizar os segmentos decisórios do País sobre a importância da cadeia produtiva do agronegócio, destacando o papel estratégico do trabalho de gestão e gerenciamento do sistema agroindustrial junto aos órgãos de Governo, iniciativa privada, entidades de classes e universidades.
Por meio de reuniões, seminários, painéis e palestras busca soluções para problemas como a organização do processo de desenvolvimento sustentado, a integração à economia internacional, a eliminação das desigualdades de renda e dos bolsões de miséria e o respeito ao meio ambiente.
Com 59 associados, a ABAG integra inúmeros conselhos, comissões, câmaras setoriais e fundos administrativos, consultivos ou superiores. Entre eles estão o Consagro/MAPA (Conselho do Agronegócio) e suas Câmaras Setoriais (do Açúcar e Álcool; Citricultura; Milho, Sorgo, Suínos e Aves; Ciências Agrárias; Financiamento e Seguro do Agronegócio, Insumos Agropecuários, Negociação Agrícola Internacional e Algodão).
O 4o. Congresso Brasileiro de Agribusiness tem patrocínio da Agroceres, Anfavea, Banco do Brasil, Bayer CropScience, BM&F, Bunge, Citrovita, KeplerWeber, Roundup Ready Tecnologia, Sadia e União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) e o apoio de Arthur D. Little, Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), Agência Estado e CMA.