Redação (31/07/2008)- A rentabilidade dos agricultores não anda lá essas coisas. O aumento dos custos da produção – motivado especialmente pela elevação no preço dos insumos em decorrência da alta do petróleo, muitas vezes não são compatíveis com os preços de venda do produto. O cenário não muito favorável vem fazendo muitos agricultores desistirem da atividade, mas também têm levado outros a investirem nela e em si. É o que está fazendo Antonio César Horr, 38 anos, de Forquilhinha. Ele é técnico agropecuário e o trabalho na lavoura sempre fez parte da vida dele. Na semana passada, após quase 20 anos afastado dos estudos, Horr voltou aos bancos, agora universitários, para, segundo ele, ter uma visão diferente da atividade e aprender a organizar melhor o sistema de produção. Com isso, Horr acredita que irá melhorar o trabalho realizado na plantação de arroz e milho, e na criação de gado, e também o rendimento obtido.
E o agricultor levou consigo a mulher, Simone Carlos Horr, 31 anos, para fazer o curso superior de Administração em Agronegócios, oferecido em Forquilhinha pelo Instituto Maximiliano Gaidzinski e Universidade Barriga Verde (IMG/Unibave), em parceria com a prefeitura e a Seara/Cargill. "Eu já ajudava fazendo coisas que ele não tinha tempo porque estava na lavoura. É bom voltar a estudar, e com o curso, terei a oportunidade de aprender mais e ajudar ele ainda mais", afirma Simone.
Esforço para conciliar horário e freqüentar aulas
No processo de retorno ao ambiente de estudo e pesquisa, poder contar com a participação do companheiro, deve amenizar as dificuldades que estão por vir na época de plantio e colheita. Como Horr trabalha com mais de uma cultura – para não depender apenas de um produto para obter a renda da família, não fica muito tempo parado: pouco tempo depois do término da colheita de arroz inicia o plantio do milho. "Iniciamos o curso porque era realizado aqui mesmo em Forquilhinha, mas mesmo assim temos alguns transtornos para conseguir freqüentar as aulas e dificuldade de tempo para estudar. Estamos nos esforçando para conseguir", conta Simone. E esse esforço vai valer a pena, segundo Horr. Para ele, o agronegócio, apesar dos problemas, ainda é um bom negócio, devido ao crescente aumento na demanda por alimentos.
Curso orienta na elaboração de projetos
Segundo Celito Heimzen Cardoso, diretor do IMG e do Campus de Cocal do Sul da Unibave, o curso superior de Administração em Agronegócios tem como proposta, levar novas tecnologias no âmbito da gestão de agronegócios para colaborar com projetos de inovação e agregar valor à produção rural, repensando o jovem na área rural. "A proposta é transformar a propriedade rural em uma empresa, com gestão, inovação, análise de custo." O curso, com duração de quatro anos tem entre os alunos vários filhos de agricultores. Segundo Cardoso, apoiar a retenção dos jovens na empresa rural também faz parte do projeto do curso. A primeira turma do Sul do Estado formada no curso Superior de Administração em Agronegócios será de Orleans, onde foi iniciado o curso em 2004.