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Agroindústria familiar melhora os ganhos

A crise da suinocultura está obrigando os produtores a buscarem alternativas para permanecer na atividade.

Redação SI 11/10/2002 – A crise da suinocultura está obrigando os produtores a buscarem alternativas para permanecer na atividade. Uma delas é abater o próprio suíno e vender diretamente ao consumidor.

O produtor Flávio Sarvacinski, de Chapecó, inaugurou há um mês uma agroindústria familiar com capacidade para abater 20 suínos e dois bovinos por semana. O investimento foi de R$ 50 mil no abatedouro. Ele ainda não está em plena capacidade, mas o resultado no bolso já fez diferença.

Ao invés de ganhar R$ 1,26 das agroindústrias (R$ 1,15 sem tipificação), ele vende carcaças para supermercados, cortes e embutidos na feira municipal.

Sarvacinski produz 28 tipos de produtos que vão desde o salame, lingüiça, morcila e bacon. Com isso consegue aumentar a rentabilidade entre 30% e 40%. Pelo quilo de salame ele ganha R$ 5.

Sarvacinski disse que nem tem suíno suficiente para a demanda, pois reduziu o plantel de 150 para 30 suínos, em virtude da crise.

Ele estava com um prejuízo mensal de R$ 600 na criação, em virtude do aumento do custo dos insumos. Agora, com o abatedouro, pretende pagar as dívidas da suinocultura e acredita que conseguirá ganhar um dinheiro extra, apostando no futuro de sua nova atividade econômica.

Ele chegou a contratar dois empregados. Um deles, Adimir Carraro, é outro agricultor que resolveu ganhar uma renda extra para complementar a lavoura de milho e feijão.

Sarvacinski disse que pretende ampliar o abate, inclusive com frango colonial. Ele está pensando em abandonar a integração com a agroindústria e se tornar independente. Como o frango colonial está a R$ 2,60 por quilo na feira, Sarvacinski disse que vai ganhar mais com mil aves do que com 18 mil numa eventual parceria com a agroindútria.

Na opinião dele, a saída para o pequeno produtor é partir para a industrialização dos produtos, agregando valor à produção. Agregar valor significa investir mais no produto, seja mão-de-obra ou industrialização. Ao invés de vender leite, por exemplo, os produtores venderiam o queijo, que é mais caro e conseqüentemente renderia mais, o que se traduz em maior renda.