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Alívio na granja

Mercado de carne suína começa reagir. Preço ao produtor aumentou 7% este mês.

Redação SI 30/06/2003 – O preço da carne suína já reagiu 7% desde o início deste mês, passando de R$ 1,31 o quilo para R$ 1,40 o quilo. Essa reação caiu como um bálsamo para o criador que não sabia mais o que fazer para reduzir o plantel e diminir os custos. Muitos não resistiram à sucessão de crises que vem atingindo o setor há 18 meses e saíram da atividade. Quem não saiu, matou grande parte de suas matrizes.

Segundo levantamento do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura do Paraná (Deral), no ano passado o número de matrizes no Estado foi reduzido em 6%, que corresponde ao abate de 65 mil cabeças.

Apesar dessa medida, o Ministério da Agricultura trabalha com um estoque de aproximadamente 100 mil cabeças que ficaram represadas nas propriedades, por falta de consumo. Além do estoque em animais vivos, as indústrias também têm um excedente avaliado em 50 mil toneladas de carne suína estocadas.

A reação no preço da carne que está ocorrendo este mês deve-se ao escoamento desses estoques, acredita o médico veterinário Guilherme Oscar Richter, secretário da Câmara Setorial da Suinocultura.

Segundo ele, o retorno das exportações de carne suína para a Rússia e o abate de matrizes, que reduziu a produção, ajudaram a ajustar a produção ao consumo. Com isso, a tendência é de valorização da carne suína, aposta.

Richter ressaltou que Santa Catarina é o maior exportador de carne suína para a Rússia. Com a interrupção do comércio internacional, houve excesso de estoques nas indústrias catarinenses que pressionaram o mercado em toda a região Sul, quando o preço médio da carne desabou.

Para se ter uma idéia houve uma redução de 6% no preço da carne suína no ano passado, em relação ao ano anterior. Em 2001, o produtor vendeu a carne de porco por R$ 1,23 o quilo em média, enquanto que no ano passado o preço médio foi de R$ 1,16 o quilo.

O problema é que o suinocultor enfrentou uma dupla adversidade no ano passado. Além da queda no preço da carne, enfrentou o dilema do aumento do custo de produção, com a valorização expressiva dos insumos básicos utilizados na atividade. Num ano em que o preço do produto final caiu 6%, o suinocultor enfrentou alta de 62% no preço do milho e de 23% no preço do farelo de soja.

Mas já se pode olhar uma luz no fim do túnel, salientou Richter. Segundo ele, o plantel já foi ajustado e o preço do milho caiu a patamares aceitáveis, o que dá um fôlego para o suinocultor.

Preço do milho – Atualmente, o preço do milho está sendo vendido por volta de R$ 13,00 a saca. Mesmo assim, os suinocultores necessitam de ajuda do governo federal, como a suspensão das cobranças das dívidas por pelo menos 60 dias. Eles querem a substituição das dívidas por um programa de financiamento para manutenção dos plantéis.

Enquanto isso, os suinocultores planejam campanhas de incentivo ao consumo de carne suína no País, como forma de ampliar o consumo.
Os suinocultores pediram a intervenção do vice-governador e secretário da Agricultura Orlando Pessuti para agendar uma reunião com as quatro grandes redes de supermercados atuantes no Paraná, para formatação de uma campanha promocional de incentivo ao consumo de carne suína.