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Mercado Interno

Alta de quase 20% deve levar valor da dúzia de ovos a R$ 4 no PR

Este aumento expressivo é um reflexo da última safra de milho e soja.

Alta de quase 20% deve levar valor da dúzia de ovos a R$ 4 no PR

Após uma inflação recorde registrada em 2012, quando houve um aumento de até 15% no valor da produção de ovos, o preço da dúzia pode sofre um novo reajuste em fevereiro, subindo em torno de 10% a 20%, onde poderá custar acima de R$ 4. Atualmente, em Umuarama, o valor pago pelo produto em supermercados e feiras, fica na média dos R$ 3,50.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) – escritório Noroeste, esse aumento expressivo é um reflexo da última safra de milho e soja – matéria prima da ração e farelo utilizado na alimentação das galinhas poedeiras. Com essa alteração, o preço da dúzia de ovos ficará praticamente similar ao da carne de frango, que deve permanecer em torno dos R$ 5, nos supermercados locais.
“O que a carne de frango tinha de subir para manter o custo de produção, já subiu. Se aumentar agora será devido à oferta e procura. O ovo, por vez, deve registrar um aumento significativo ainda, decorrente do aumento da ração do milho e do farelo de soja, uma vez que desde a última inflação desses grãos, os produtores [de ovos] não efetuaram reajuste algum”, explica o economista do Deral, Fábio Borges Carmago.
Conforme o economista, desde agosto passado quando os insumos tiveram um aumento de quase 50%, os produtos que demandam por milho e soja, passam por um reajuste contínuo, buscando um equilíbrio entre produção e venda. Os produtores de ovos esperam que até a quaresma, o preço possa chegar ao valor médio de R$ 4, isso porque o período do reajuste anual do produto acontece de fevereiro a março.
Custo x Produção

“Esse é o custo [R$4] previsto para ser praticado nas gôndolas dos mercados [já em fevereiro]. Umuarama também teve uma queda de 10% na produção por conta do calor, onde ocorreu a mortalidade de aves que contribui para a inflação. Todos esses fatores comprometem o preço repassado ao consumidor”, explica o proprietário da Granja Harmonia, Luiz Antonio Pelegrineli.
O produtor detalha que hoje, a caixa com 30 dúzias custa, na cotação, algo em torno dos R$ 63, porém, outros gastos como embalagens, elevam esse valor para R$ 75, cooperando para um acréscimo ainda maior no preço final ao consumidor. Mesmo com o aumento, as vendas semanais da granja estão na média de quando o produto custava R$2,50/dúzia. “O ovo sobe apenas uma vez ao ano, mas pode ser que ele enfrente até duas inflações, depende de como o mercado se manterá este ano”, acrescenta Pelegrineli.
Para José Carlos Jiopato, também produtor de ovos, hoje, o preço do saco de farelo que custava na margem de R$ 700, passou a valer R$ 1,4 mil. “Acredito que possa chegar até os R$ 5 a dúzia, pois, o custo para produzir [ovos] está muito alto e a única maneira de sustentar a granja é reajustando o valor da caixa para um preço que consigo suprir os gastos da produção”, destaca ele.
 
Consumo

Segundo a encarregada de compras de uma rede de mercados de Umuarama, Sirlei Pietchaki, já foi repassado pelos fornecedores esse aumento de 10% à dúzia de ovos. Além disso, ela cita que desde o último reajuste as vendas se mantiveram equilibradas e a tendência é que possam duplicar no início da quaresma. “Foi até surpreendente, porque esperávamos uma queda nas vendas devido à inflação, mas a saída de ovos está na média; sendo 600 dúzias/semana”, completa. Consumidor frequente de ovos, Seo José Freire lamenta a alta anunciada e diz que mesmo com alteração no preço, o consumo do produto por ele vai permanecer igual. “A gente compra duas dúzias a cada semana. O ovo é um produto que não pode faltar em casa. Me lembro que há três anos eu pagava R$ 1.50, agora vai para R$ 4? É uma alta que espanta a gente”, questiona o aposentado. Alaor Granjeiro revela entender o aumento da dúzia e comenta ser necessário o reajuste; assim como Seo José, ele permanecerá consumindo o produto como antes e não vê necessidade de controlar a compra de ovos. “Fazer o que se tudo sobe? Não é algo que podemos controlar. Eu gosto de comer ovos, consumo com freqüência e mesmo que esse aumento comece a pesar no bolso, vou comprar igual”, afirma.
 

Matéria-prima

A alta de preço na dúzia de ovos pode influenciar também para uma inflação no mercado de alimentos, principalmente em padarias e confeitarias, onde a maior parte dos produtos oferecidos é derivada de ovos. Mesmo com uma super safra, onde possa ocorrer uma deflação no custo dos insumos, os preços dos alimentos que têm a soja e o milho como matéria-prima devem permanecem inflacionados, já que dependem da realidade de cada mercado, detalha o Departamento de Economia Rural.