Redação SI 31/08/2005 – Depois de meses em queda, o preço do suíno no mercado interno registra elevação em Mato Grosso, mesmo com o déficit de abate. Na última semana de agosto, o quilo do animal vivo foi comercializado a R$ 2,06 (média estadual), o que representou alta de 28% em comparação ao preço mais baixo do ano, verificado na primeira semana de junho (R$ 1,65). Alguns frigoríficos já pagam R$ 2,20, o que significa um preço satisfatório ao suinocultor, na avaliação do presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Raulino Teixeira Machado.
A recuperação é devida ao bom desempenho das exportações de carne suína, que mais que dobraram no primeiro semestre de 2005, em contraponto ao mesmo período de 2004, de acordo com dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias de Mato Grosso. Foram 3,5 mil toneladas (t) frente às 1,4 mil/t do ano passado. “Trata-se de um volume representativo que deixa de circular no mercado de Mato Grosso, ajudando a equilibrar a oferta do produto”.
A conjuntura também foi favorecida pela retomada do consumo no mercado interno, de acordo com Machado. “Algumas datas comemorativas, como Dia das Mães e dos Pais, assim como a proximidade com o fim do ano contribuíram para o aumento das vendas de carne suína no mercado interna”, analisa.
O presidente da Acrismat pondera, contudo, que o déficit de abate de suínos de Mato Grosso ainda é um problema, uma vez que 2 mil animais por dia são transportados para abate em outros estados. “Temos uma planta industrial em Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá) com capacidade para abater mil animais/dia e que está parada”, lamenta Machado.
O dirigente observa que a alta do preço do suíno a patamares superiores a R$ 2,20, em Mato Grosso, pode representar conseqüências negativas ao setor. “Trata-se de uma barreira perigosa pois o preço pode chegar muito alto ao consumidor e fazê-lo migrar para outras carnes”, alerta Machado.
Além disso, segundo ele, o preço de R$ 2,20 traz boa remuneração ao suinocultor, principalmente se considerar o retorno oferecido por outras cadeias, como a bovinocultura, que em geral leva até cinco anos.