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Após 18 meses de crise, suinocultura dá sinais de reestruturação

Produção volta a crescer, mas pode haver queda nas exportações, prejudicando os preços internos em 2004.

Redação SI 02/12/2003 – 05h30 – O clima é de euforia no mercado produtor de suínos, que está dando sinais de reestruturação contrastando com as dificuldades enfrentadas ao longo de 18 meses. A recuperação dos preços e os custos mais baixos estão estimulando o retorno da produção a volumes superiores aos atingidos no último ano.

Os especialistas do segmento apontam para o crescimento no interesse pela reposição e pela ampliação dos plantéis. Assim, o aumento da produtividade e o peso de abate mais alto também contribuem, neste momento, para o aumento da oferta no mercado.

“Com isso, a disponibilidade interna começa a evoluir para volumes muito próximos aos do consumo”, indica Jurandir Soares, analista do ICEPA/SC.

As avaliações sinalizam para aumentos significativos na produção no Paraná, em Goiás, em Mato Grosso e, moderadamente, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Também, se observa uma forte tendência de ampliação da produção dos grandes produtores. Como são plantéis mais produtivos, isto levará a um novo aumento da produção.

Desta forma,se espera que os alojamentos da pequena produção diminuam mais de 5% ao ano, nas grandes criações devem crescer entre 3% e 5% ao ano, contribuindo, a partir do segundo semestre de 2004, para o aumento da produção em mais de 110 mil toneladas.

Contudo, os analistas atentam que o mercado interno crescerá lentamente e as exportações podem cair. Na hipótese de queda nas vendas externas e, mantida a expansão da produção, a oferta interna de 2004 aumentará em mais de 216 mil toneladas.

Estas previsões indicam para os primeiros meses de 2004 um novo quadro de superoferta, com estoques altos no último trimestre do ano. Como a disponibilidade interna poderá ficar acima de 2,4 milhões de toneladas são grandes as possibilidades de perda de sustentação dos preços no mercado interno, podendo, até mesmo com uma produção menor, já nos primeiros meses de 2004, repetir a crise de 2002 antes do previsto.