Redação (25/01/07) – Em 2006 tivemos uma redução na produção do milho e um aumento na produção de soja, mas o consumo de ambos aumentou. Para 2007, vivemos a expectativa de um bom ano para o agronegócio. Mas precisamos ficar atentos aos custos de produção, pois os produtores rurais brasileiros terão de concorrer com outros produtores rurais mundiais.
Precisamos ficar abertos ao que está acontecendo no agronegócio mundial, quanto aos custos de produção e à produtividade. Focar no que os demais estão fazendo de melhor, pois o Brasil tem potencial para crescer e desenvolver: tem disponibilidade de terra e de água; tem tecnologia para a agricultura tropical e subtropical; tem disponibilidade de recursos humanos; tem leis de proteção e preservação do meio ambiente e tem segurança na produção de alimentos.
Quando analisamos estes itens, questionamos porque a produção brasileira, principalmente de grãos, não cresce. Em 2002, produzimos 123 milhões de toneladas e, no próximo ano a previsão é de 122 milhões de toneladas de grãos. Então o que falta? Suponho que entre os aspectos principais estejam faltando: 1 – maior uso de tecnologias, a exemplo do que os EUA estão fazendo; 2 – Apoio do Governo ao produtor rural, com financiamento e juros compatíveis, seguro rural e garantia de preço mínimo; 3 – O produtor rural tem que conhecer bem os custos de produção de cada produto, bem como os custos fixos da propriedade e os custos de operação de cada atividade em que atua, pois é nesta variável (controle de custos) que teremos a grande chance de promover a melhoria de rentabilidade do produtor rural. Pois o conhecimento da rentabilidade dos produtos agrícolas está relacionado diretamente com o conhecimento dos custos de produção individualmente.
Estamos cientes de que o produtor rural que não cuidar dos seus custos e não se utilizar de tecnologias para a produção, irá desaparecer, pois a concorrência dentro e fora do Brasil vai aumentar cada vez mais.
Mundo competitivo
Os preços do milho e da soja em 2007 tendem a ser melhores que em 2006, por uma série de circunstâncias, tais como, aumento da população mundial, uso de óleos vegetais para combustíveis e o aumento da produção de carne, além da busca por melhores dietas na alimentação das pessoas.
Por isso o mundo precisará aumentar a produção, pois em 2030 seremos 8,13 bilhões de pessoas e o consumo de alimentos será maior em 60% em grãos e em 53% nas carnes. Por outro lado, o Brasil é o país que tem o maior potencial para suprir essa necessidade mundial.
Entretanto, quando se compete num mundo globalizado, as estratégias de aumento de produtividade e redução de custos, com cálculos corretos que nos indiquem onde ganhamos e onde perdemos dentro da propriedade rural, nos abrirão caminhos para o aumento da receita em 2007, o que não será difícil se, além disso, soubermos aproveitar os melhores preços.
Aliás, prevê-se que os preços estarão acima das médias históricas no próximo ano. Isso o mercado nos sinaliza claramente. Mas, o mundo está dividido entre aqueles que aprendem e aqueles que não aprendem. Entre os que se mostram abertos ao que acontece à sua volta, que adotam o uso de tecnologias eficientes e a redução de custos, e assim aprendem as lições, e os que sofrem, mas não aprendem a lição, não absorvem os novos conceitos.
A crise dos anos de 2005 e 2006 nos deixou uma lição, e também nos deu uma oportunidade para melhorar o nosso agronegócio, criando, desenvolvendo e buscando novas tecnologias para atender a demanda do mercado, a de que é preciso reduzir os custos e cuidar melhor da aplicação dos nossos recursos.
* diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária Cascavel – Coopavel
Artigo publicado na edição 1151 Anuário 2007 da Avicultura Industrial