Redação AI 15/03/2004 – 05h49 – Os produtores de aves até agora não foram convidados para participar da festa dos bons números das exportações. Por isso, o Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc) está agendando reuniões de negociações com as agroindústrias.
A primeira delas será no dia 19, com a Sadia. O presidente do Sincravesc, Valdemar Kovaleski, disse que os produtores não tiveram reajuste, enquanto aumentaram as vendas e os custos de produção. Ele destacou que os produtores recebem em torno de R$ 0,20 por ave terminada, enquanto o quilo do frango inteiro no supermercado custa R$ 2,80.
Para o presidente do Sincavesc, a atual remuneração não compensa o alto investimento dos aviários, que chegam a R$ 80 mil. Além disso, as exigências sanitárias obrigam os produtores a fazerem cada vez mais investimentos. Kovaleski considera uma contradição as agroindústrias comemorarem bons lucros enquanto o produtor não é bem remunerado.
Construção de aviários é uma constante
A estimativa do Sincravesc é de um crescimento de 10% na produção em Santa Catarina. Apesar das divergências sobre os preços na cadeia produtiva, a construção de novos aviários é constante na região Oeste, onde está concentrada boa parte da produção nacional.
Cansado de levar prejuízo na suinocultura, Ari de Almeida resolveu trocar de ramo e apostar na avicultura. Ele afirmou que a suinocultura é muito instável e não deu lucro nos últimos dois anos. Almeida disse que sem lucro e sem apoio, não tinha como continuar.
Agora, ele investiu R$ 30 mil num aviário com 50 metros de comprimento. Ele espera concluir o trabalho em 30 a 40 dias e iniciar o alojamento dos pintinhos. Com o aviário funcionando, a perspectiva é de conseguir R$ 1 mil por mês e aumentar a receita da propriedade em 20%. Ele também pretende utilizar a “cama” do aviário, formada pelos resíduos de produção, para adubar a lavoura da propriedade.