O frango sempre teve espaço na mesa do brasileiro e no final do ano não é diferente, mas quem garante um lugar na ceia é o chamado frango especial, que é mais pesado do que o tradicional, chegando a quatro quilos, e considerado tenro e saboroso. “Esse produto garantiu seu espaço porque é fácil de preparar e tem um preço acessível comparado com outras carnes”, explica Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).
Segundo levantamento do Sindiavipar, as vendas de peru e frango especial respondem por 10% das comercializações da indústria avícola no mês de dezembro. O Paraná é o estado que mais abate aves destinadas as festas de final de ano e mesmo com as turbulências enfrentadas pelo setor durante o ano por causa da alta dos insumos provocada pela quebra das safras de soja e milho, o Sindiavipar não acredita em grandes reajustes de preço ao consumidor final e estima que haja um aumento de 10% nas vendas com relação ao mesmo período do ano passado. “Pode haver um pequeno aumento no valor, mas o comprador não vai levar susto com os preços e as vendas devem se manter aquecidas”, afirma Martins.
O otimismo com relação ao incremento na comercialização das aves natalinas se justifica. O brasileiro consome carne de frango o ano inteiro, a média é 47,38 kg por ano para cada pessoa e, segundo o presidente do Sindiavipar, no final do ano o consumidor continua consumindo aves, mas procura produtos diferenciados. “Isso se deve ao aumento do poder aquisitivo da classe média, que está mais exigente com a qualidade do produto e sempre em busca de novidades nas gôndolas dos supermercados e o desejo do Sindiavipar é colocar em toda ceia de natal do brasileiro uma ave de festa”, comenta Martins.
Produção
Com isso, as indústrias inovam cada vez mais e oferecem produtos diferenciados para atrair o consumidor. Com mais carne concentrada nas chamadas partes nobres das aves, como peito e coxas (cerca de 70% do peso), temperados e recheados, os frangos especiais tem espaço garantido na ceia da maioria das pessoas.
A Agrícola Jandelle, de Rolândia, no norte do Paraná, vai produzir até o começo de dezembro cerca de 2 mil toneladas dos chamados frangos masters. “São aves mais pesadas, sem hematomas, com a pele perfeita. Um produto de primeira linha destinado às festas de final de ano”, explica o diretor comercial da empresa, Ademar Rissi.
Para Rissi, as pequenas e médias empresas quase não investem nesse tipo de produto porque o custo é elevado e o processo de produção é muito trabalhoso. Mesmo assim, 2,5% da produção da Jandelle dos meses de outubro e novembro, são de frangos especiais. A empresa já atua nessa área há 10 anos e toda a produção tem venda garantida. “É um bom negócio, é difícil uma família que não tenha uma ave na ceia do final do ano”, conclui.
Peru
Apesar de encontrar um concorrente a altura, o peru ainda tem seu espaço nas comemorações natalinas. Só este ano o Paraná abateu, até o mês de outubro, quase 8,8 mil toneladas da ave, o que representa um aumento de 3,8% com relação ao mesmo período do ano passado. Em 2011, o Brasil produziu 305 mil toneladas de peru, das quais exportou 141,2 mil toneladas. O Paraná foi responsável por 19,5% das embarcações.
Segundo projeções da USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil deve produzir em 2013 cerca de 520 mil toneladas de peru, um aumento de 180% em comparação ao que era produzido há 10 anos.