Da Redação 29/10/2007 – A situação financeira dos avicultores na região de Dourados (MS) é difícil pela baixa remuneração paga pela indústria e muitos deles decidiram fechar seus barracões porque a renda não estava cobrindo sequer as despesas com a energia elétrica, um dos insumos que mais pesam no custo de produção de um frango. Esse e outros problemas da avicultura serão debatidos em novembro durante uma audiência pública na Câmara Municipal, proposta pelo presidente da Associação dos Avicultores de Dourados, Alberto Alves dos Santos.
Atualmente, existem, segundo ele, em torno de 350 avicultores integrados à Avipal, que possui uma unidade de abate no Distrito Industrial de Dourados. O número já foi maior, porém o desestímulo tomou conta de muitos deles. Em Vila Vargas, um produtor transformou a sua granja de engorda numa área de ordenha, depois que trocou o frango pela produção de leite.
Segundo Santos, a situação dos produtores de frango é muito difícil, porque a tabela de conversão de ração em carne usada pela indústria chega a pagar até R$ 0,02 pela cabeça. "O frango não passa de R$ 0,20, o que torna inviável a atividade", disse o dirigente da associação. Ele mencionou que outros abatedouros do Estado pagam até R$ 0,45. As reclamações contra a remuneração da Avipal vêm sendo feitas há mais de três anos, chegando até a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), onde uma câmara setorial discutiu a crise no setor avícola em 2005. À época, houve um acordo com a indústria quanto a um pagamento mais justo pelo frango. Mas agora a questão volta a ser colocada nesta região. Alberto dos Santos disse que o problema precisa ser discutido de forma abrangente, envolvendo a indústria, o poder público e avicultores. "O produtor precisaria ter um benefício quanto ao preço da energia elétrica, que pesa muito", frisou.