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Avicultores paranaenses estão insatisfeitos com atividade

Criadores integrados de aves paranaenses se organizam para negociar um reajuste no preço pago pelos frigoríficos.

Redação (02/04/2009) – Os criadores integrados de aves do norte do Paraná estão desanimados com a atividade. Eles dizem que recebem menos do que gastam para criar os frangos e se organizam para negociar um reajuste no preço com os frigoríficos.

Barracões vazios e equipamentos parados há mais de um mês. E é assim que deve continuar a granja de Valter Figueira em Ibiporã. O contrato com o abatedouro da região previa um preço mínimo de R$ 0,30 por frango. Mas da última vez ele recebeu apenas R$ 0,10.

“Tem granjeiro amigo meu que tirou R$ 0,06. Eu acho que isso não existe. O custo hoje é de R$ 0,23. Então, estamos pagando para trabalhar”, disse Figueira.

São os abatedouros que fornecem as aves para serem criadas pelos produtores. A atividade rende cada vez menos. O criador Valdevir de Souza chegou a ganhar R$ 0,37 por frango. Agora, o preço baixou para R$ 0,19.

Na semana passada, o produtor até aceitou receber novas aves na granja. Mas se nos próximos dias os valores não aumentarem, ele pretende devolver ao abatedouro os 30 mil pintinhos que recebeu.

“Lá mesmo eu pego e já falo a verdade. Digo que se o preço é esse para que retirem os pintinhos que eu retiro a água consumida. Os pintinhos são deles, que levem embora”, disse seu Valdevir.

Avicultores de municípios da região se reuniram em Sertanópolis. Eles formarão uma associação para reforçar as negociações com os abatedouros. “A gente está buscando junto às integradoras um custo mínimo para viabilizar o que estamos fazendo. Hoje, não estamos recebendo nem o custo mínimo”, falou Gilberto Camacho, presidente da Associação dos Avicultores.

A UBA, União Brasileira de Avicultura, tem recomendado a diminuição da produção de carne de frango, em todo o país, para tentar equilibrar o preço. Entre outubro de 2008 e janeiro deste ano o Paraná reduziu em 12% o alojamento de frangos.