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Avicultura adotará regionalização sanitária a partir de janeiro

<p>Ministro Rodrigues garantiu hoje (01/12) a implantação da regionalização em seu discurso na Conferência Hemisférica sobre Influenza Aviária, que está sendo realizada em Brasília.</p>

Redação AI – 01/12/2005 – O Brasil vai adotar, a partir de 1o. de janeiro de 2006, o Plano de Regionalização Sanitária da Avicultura, com adoção de medidas mais  rigorosas e com vistas a proteger o plantel de aves no País de um possível surto de doenças como a influenza aviária, que afeta países da Ásia e da Europa. O plano proíbe o transporte de aves vivas entre os Estados, cria postos de controle nas fronteiras estaduais e corredores de transporte de material genético.

 

A garantia de adoção do plano de regionalização foi dada hoje (01/12) pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, durante a Conferência Hemisférica de Vigilância e Prevenção da Influenza Aviária, que acontece no auditório do Palácio do Itamaraty e conta com a participação de empresários do setor, técnicos e representantes de governos das Américas.

 

Rodrigues queria anunciar o plano durante o evento, mas pequenas pendências burocráticas, como a proibição de circulação de aves vivas entre os Estados, atrasaram a elaboração do documento final em cerca de 15 dias. Por isso, ele promete para 15 de dezembro a conclusão e o anúncio do plano. Mas garantiu, de antemão, que as novas medidas serão adotadas a partir de 1o. de janeiro de 2006. “Ficaram pendentes questões jurídicas, como a proibição do transporte entre os Estados, mas estamos procurando resolver esses problemas, sem que sejam criados desequilíbrios regionais negativos”, ressaltou o ministro.

 

Rodrigues adiantou que algumas providências serão tomadas de imediato, como a instalação de detectores de material orgânico em portos e aeroportos, para impedir a entrada no País, além de instalação de incineradores de restos de comida em portos e aeroportos.

 

O plano de regionalização é fundamental para os produtores de aves, com vistas a prevenir eventuais entradas de doenças que possam afetar o plantel. Segundo o vice-presidente técnico da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, os estados da região Sul, que são os maiores produtores e exportadores de aves, já estão se preparando para a adoção da regionalização a partir de 1o. de janeiro, inclusive contratando pessoal especializado para executar as medidas preventivas. “Santa Catarina, por exemplo, já publicou edital para contratação de 107 veterinários com vistas a promover a implantação da regionalização. O Rio Grande do Sul também está treinando técnicos com esse mesmo objetivo”, informou Ariel, acrescentando que os governos da região estão discutindo agora a localização dos postos de fronteira para impedir a entrada de aves vivas e controle de material genético.

 

Para o presidente da UBA, Zoé Silveira d`Avila, a regionalização é um anseio dos produtores e garante a qualidade do produto brasileiro. “É da mais alta importância podermos mostrar ao mundo o que está por trás da garantia de qualidade do produto avícola brasileiro”, ressaltou.

 

O ministro Roberto Rodrigues participou também do primeiro painel do dia da Conferência Hemisférica, e falou sobre as medidas de prevenção que o governo brasileiro tem adotado com vistas a impedir a entrada de doenças como a influenza aviária. Além das medidas preventivas que fazem parte do Plano de Regionalização Sanitária, ele disse que técnicos dos Ministérios da Agricultura e da Saúde estão monitorando a rota de aves migratórias no Brasil e sua área de alimentação em um raio de 10 km, para evitar qualquer contato com aves domésticas e de granjas, adoção de vigilância internacional, apoio científico aos estados, entre outros.

 

Em paralelo às medidas preventivas, o governo brasileiro trabalha também com a hipótese de surgimento da influenza aviária no País. Para isso, constituiu um fundo de reserva, com recursos para eventuais operações de emergência, compra de vacinas, adoção de um plano de contingência e barreiras sanitárias.

 

Estamos trabalhando para evitar a entrada da doença no País, mas se isso acontecer também estamos preparados para o combate. A preocupação com a gripe aviária é transcendental, devido ao seu efeito dominó em toda a cadeira produtiva da agricultura”, ressaltou o ministro, lembrando que o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, com faturamento de US$ 2,6 bilhões no ano passado e previsão de atingir US$ 3,5 bilhões este ano. O Brasil exporta carne de frango e derivados para 142 países. E o setor emprega 4 milhões de trabalhadores no País.

 

A Conferência Hemisférica prossegue até amanhã, no auditório do Palácio do Itamaraty, uma promoção da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), União Brasileira de Avicultura (UBA) e Instituto Interamericano para Cooperação em Agricultura (IICA).