Redação (11/02/2009)- Depois de atuar para reduzir o alojamento de corte em 20% desde novembro do ano passado, a avicultura de corte brasileira começa a ampliar o seu ajuste de produção, numa recomendação nacional para se atingir um plantel máximo de 400 milhões de matrizes de produção. Ontem (11/02), as agroindústrias do Paraná se reuniram em Cascavel para uma análise da conjuntura atual do mercado de frango de corte – atividade em que o estado é o maior produtor e exportador nacional.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a estimativa é de que com esse ajuste da produção o Paraná diminua o abate de cabeças de frango em aproximadamente 12%, comparado à média mensal obtida no ano passado. “Com a decisão, a produção de frango de corte do Paraná deve recuar para 90 a 95 milhões de cabeças nos próximos três meses”, afirma. A média mensal de 2008 foi de 101.843.663 cabeças, com a avicultura paranaense finalizando o ano com o abate de 1.222.123.962 cabeças. Apesar disso, o estado irá se manter como o principal produtor de frango de corte do Brasil, respondendo por aproximadamente 27% da produção nacional.
O pacote pró-ajuste do mercado avícola foi sugerido pela União Brasileira de Avicultura (UBA) e pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (ABEF). O presidente do Sindiavipar destaca que o ajuste de mercado se faz necessário para afastar a possibilidade de crise sobre esse importante setor do agronegócio brasileiro, equilibrando a oferta e o consumo de frango no cenário interno. “Nos últimos meses, estamos enfrentando uma diminuição nas exportações de frango do Brasil, em virtude da crise econômica mundial, que traz como consequência a falta de crédito para viabilizar as exportações nacionais. No último mês, a diminuição nas exportações foi de aproximadamente 50 milhões de cabeças de frango, uma demanda que fica para o consumo interno. Então, para equilibrar a oferta e a demanda, tanto no cenário externo quanto no interno, propomos esse ajuste de produção”, explica Domingos Martins.
Segundo ele, a redução na produção não trará consequências no preço do frango, uma vez que hoje os custos da produção estão equilibrados, em função da alta nos commodities utilizados na avicultura, como o milho e a soja.