Redação AI (27/06/07) – Apesar da greve dos fiscais agropecuários, equipes do Ministério de Agricultura estão fazendo serviços de auditoria no sistema de defesa sanitária animal de Minas Gerais. Assim como fizeram em Santa Catarina e Pernambuco, que já se submeterem à avaliação, os fiscais vão conferir as condições do Estado para aderir ao Plano Brasileiro de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle e ter condições de implantar o Programa Nacional de Regionalização da Avicultura em Minas.
Os fiscais têm como referência para seu trabalho um documento apresentado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) ao governo federal mostrando que pode detectar possíveis doenças e agir rapidamente sem prejudicar a indústria avícola.
Segundo o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, “com o Programa de Regionalização, Minas Gerais terá autonomia para definir sua política de sanidade em ligação direta com mercado internacional conforme acordos que poderão ser feitos com os países compradores, com aval do governo federal.” Isso quer dizer que, integrado às normas nacionais, o Estado ficará isento de qualquer barreira às exportações caso ocorram problemas sanitários em outra região ou estados do Brasil.
Uma dupla de auditores do Ministério da Agricultura, acompanhada de um profissional do IMA está na região de Viçosa, na Zona da Mata. Eles retornam a Belo Horizonte nesta quarta-feira (27) para uma nova reunião com o diretor do IMA e sua equipe, a fim de colher informações complementares, e depois viajam para Brasília.
Outra dupla de fiscais está em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para fazer a auditoria no sistema de defesa daquela seccional do instituto. Depois desse levantamento, com base também na conferência das informações apresentadas pela instituição ao Ministério da Agricultura, os fiscais retornarão a Belo Horizonte e, na sexta-feira (29) deverão estar em Brasília com os levantamentos.
Altino Neto esclarece que “os fiscais não anunciam os aspectos que serão enfatizados na auditoria, por isso têm a oportunidade de conferir o dia-a-dia da atividade de preservação da sanidade avícola nas regiões. Em sua opinião, deve haver uma orientação do Ministério da Agricultura para os fiscais conferirem o programa de georreferenciamento das granjas, por exemplo. Além disso, o diretor-geral destaca que o IMA está preparado para comprovar que dispõe de uma frota de veículos em quantidade e condições suficientes para atender à manutenção dos serviços de sanidade avícola e conta com barreiras bem equipadas e pessoal treinado.
Segundo Altino Neto, ainda não há data marcada para a divulgação dos resultados da fiscalização, mas logo que o Ministério da Agricultura autorizar a próxima etapa de implantação do programa em Minas, poderão ser acionados os mecanismos exigidos para a Regionalização Avícola. Uma das providências consideradas fundamentais pelo diretor-geral será a proibição da entrada e saída de aves para outros Estados. Outra medida é a obrigatoriedade de fazer, em abatedouro industrial, o abate das galinhas de descarte (que não têm mais condições de botar). Haverá também um fundo de emergência, administrado pelo Estado, para indenizar os produtores se acaso for necessário sacrificar aves com o diagnóstico de doenças. “Estas medidas são indispensáveis para garantir a preservação da sanidade do plantel avícola estadual”, enfatiza Altino Neto.
Eficiência em sanidade
Para o secretário da Agricultura, Gilman Viana, “é muito importante para o agronegócio avícola e para o Estado mostrar que tem condições de prevenir problemas sanitários na avicultura, assim como vem atuando com eficiência na prevenção, por exemplo, da febre aftosa, que há 13 anos não se registra em Minas.” Ele assinala que o Estado tem uma avicultura competitiva, de qualidade e com produção ajustada à segurança alimentar, atendendo as exigências do mercado nacional e internacional.
Segundo o secretário, existe um esforço integrado da Secretaria, por intermédio do IMA, com as lideranças da avicultura estadual para criar as condições de adesão ao programa. “Os segmentos do agronegócio avícola dispõem inclusive de um fórum na Secretaria para debater os temas do setor, a Câmara Técnica de Avicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), cuja importância aumenta com a Regionalização da Avicultura no Estado.”