Redação AI 27/09/2004 – O desempenho da avicultura de corte melhorou este ano em relação a 2003, principalmente pela queda de preço dos insumos (milho e farelo de soja), o que tem propiciado lucratividade razoável à atividade. Mas o que parece ser boa situação para o setor traz também preocupações para o futuro. É que com os preços do milho em baixa, a produção do grão pode ter queda significativa em 2005, com reflexo negativo imediato no setor avícola.
A preocupação é manifestada pelo presidente da Associação Goiana de Avicultura, Uacir Bernardes, para quem todos os elos da cadeia produtiva precisam sair ganhando. Segundo ele, o setor pode viver um período positivo momentaneamente, mas pode sofrer um revés em futuro próximo com escassez de matéria-prima. Outro fator tem preocupado o dirigente da Associação: o aumento excessivo do alojamento de pintos nos meses de setembro e outubro, o que poderá ocasionar uma superoferta em dezembro, provocando queda nos preços.
Crescimento
Conforme Uacir Bernardes, Goiás possui alguns diferenciais que melhoram a competitividade da avicultura. Uma delas é a grande produção de grãos, o que significa menor custo. Ele ressalta que, em apenas seis anos, o setor teve crescimento de 100%. Com isso, o Estado saltou do 11 para o 6 lugar na produção nacional. Todas as empresas registraram crescimento, muitas delas superior a 100%.
A margem de lucro na avicultura é pequena, conforme o presidente da Associação. Os ganhos se tornam mais significativos pelo volume abatido. Cálculos da entidade apontam para um custo médio de produção entre R$ 1,92 e R$ 1,95 o quilo (os valores variam de empresa para empresa) para um preço de venda variável entre R$ 2,00 e R$ 2,05 o quilo de frango abatido.
Sobre a avicultura de postura, Uacir Bernardes argumenta que a situação no momento não é boa. Embora os custos de produção estejam menores, os preços de ovos caíram muito e não há como aumentar com o consumo estagnado. Qualquer alta de preço significa queda nas vendas.