Existe a alternativa de substituir o milho por outros produtos como o sorgo ou o triguilho. Porém, a conversão alimentar não é tão boa. ””Com a ração de qualidade o frango precisa comer um quilo de comida para ganhar 600 gramas de peso. Quando usamos alternativas, a ave converte um quilo de alimento em 500 gramas de peso””, explica Martins. Apesar da diferença não parecer grande -100 gramas -, Martins salienta que multiplicando esse volume pela escala de produção, a diferença representa um prejuízo considerável.
Diante da crise, Martins conta que a Associação Gaúcha de Avicultura já está pedindo ao Ministério da Agricultura que crie uma sobretaxa para a exportação do milho, como alternativa de manter o produto no mercado nacional. A associação paranaense ainda não definiu seu apoio a essa solicitação. ””Por enquanto estamos trabalhando em outras frentes, como estimular a produção e oferecer variedades mais adaptadas às nossas necessidades””, conta.
Embora a maioria das integrações possua estoques de milho para o mês de novembro, a variação cambial está interferindo no custo de produção. Segundo Martins, na sua integração o custo de produção de um quilo de frango vivo estava em R$ 1,76 na última semana. Já o preço pago ao produtor na terceira semana de setembro (último dado disponível na Seab) no Paraná variou entre R$ 0,90 a R$ 1,25, uma diferença de R$ 0,51 por quilo, considerando os melhores preços pagos.
O economista do Departamento de Economia Rural (Deral), Roberto de Andrade Silva, explica que para a atividade ser considerada rentável é preciso que o produtor consiga comprar cinco quilos de milho com o valor de um quilo de frango. Mas, desde janeiro desse ano a rentabilidade tem sido desfavorável para os avicultores. A média de troca tem ficado em 4,1, passando de 4,7 em janeiro para 3,7 em agosto.