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Bahia boicota galinhas do Espírito Santo, e aves encalham nas granjas

<p>Até o mês passado a Bahia era o maior consumidor das aves de descarte produzidas nos galpões de produção de ovos do Estado.</p>

REdação AI (19/06/06)- A proibição da entrada na Bahia de aves de descarte para consumo provocou revolta e prejuízos aos criadores de galinhas de postura do Espírito Santo. Trezentas mil aves para abate, que eram transportadas mensalmente de granjas capixabas para abatedouros baianos, estão encalhadas nos galpões.

Em algumas regiões de Santa Maria de Jetibá, município mais rico em avicultura de postura, há produtores oferecendo gratuitamente as galinhas de descarte para os moradores e entidades filantrópicas. Parte das aves é comercializada em Estados vizinhos a preços irrisórios.

A proibição está respaldada pela portaria número 119, da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). A determinação foi publicada no Diário Oficial do dia 24 de abril e configura a adesão voluntária dos baianos ao Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e do controle e prevenção contra a doença New Castle do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Até o mês passado a Bahia era o maior consumidor das aves de descarte produzidas nos galpões de produção de ovos do Estado. Abatedouros baianos recebiam 60 mil cabeças de galinhas criadas em Santa Maria de Jetibá, Venda Nova, Domingos Martins, Santa Leopoldina, Conceição do Castelo, Santa Teresa e Marechal Floriano por semana.

Zona livre – O avicultor e presidente da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), Antônio Venturini, considera a portaria como um desrespeito aos Estados que produzem ovos e as aves de descarte. “Não havia motivo para tanta precipitação. O Espírito Santo é considerado como zona livre de doenças como a gripe aviária”, afirma.
Venturini disse que a pressa do procedimento tomado pelas autoridades sanitárias da Bahia trouxe prejuízos para a avicultura de postura comercial, principalmente à classe de granjeiros de Maria de Jetibá, o segundo maior produtor de ovos do país. “Todas as galinhas que passam de 20 meses sofrem queda na postura e são descartadas”, explica.

Na opinião de Venturini, a atitude da agência sanitária baiana foi precipitada, e a Aves já solicitou as providências junto à União Brasileira de Avicultura (UBA) e ao Mapa no sentido de que a portaria proibitiva expedida pela diretoria do órgão seja analisada e ajustada aos critérios estabelecidos no plano lançado pelo órgão Federal.

“Caso não consigamos encerrar o efeito dessa portaria, vamos acionar o Ministério Público Federal a pedido dos avicultores capixabas.”