Redação (20/04/07) – Isso porque a empresa não produzirá diretamente as sementes. Em 2005, o grupo vendeu suas operações de sementes de milho e soja para a holandesa Nidera – exceto o direito de uso da tecnologia.
"Vamos esperar a aprovação da licença comercial para decidir para quais empresas será licenciada essa variedade. Parece que agora a CTNBio terá um ambiente de paz para avaliar cientificamente os pedidos", afirmou ao Valor André Abreu, gerente de tecnologia da Bioscience (braço de sementes da Bayer CropScience). Segundo ele, com a liberação do milho transgênico a fila diminui para a aprovação de variedades transgênicas de arroz e algodão da companhia.
No mundo, a Bayer CropScience concentra as pesquisas em transgenia nas culturas de arroz, algodão, canola e hortaliças. Segundo Friedrich Berschauer, presidente mundial da Bayer, as pesquisas atuais focam o desenvolvimento de variedades resistentes a estresse hídrico, tolerância à insalubridade e ao calor e buscam uma canola com mais óleos – para a produção de biodiesel na Europa. "Essas novas variedades devem ser lançadas nos próximos cinco anos", disse.
Para o Brasil, a empresa tem perspectivas "excelentes", diz Berschauer. A empresa é a primeira a divulgar sua estimativa para a safra brasileira 2007/08 e estima expansão da área plantada em 3,4%, superando 48 milhões de hectares. O grupo prevê crescimento de 3% no plantio da soja e do milho, de 5% para arroz e de 8% para o algodão. "O Brasil possui 90 milhões de hectares de área disponível para plantio e é o único país que pode expandir o plantio e fornecer grãos para alimentação e energia, sem que haja concorrência entre os mercados", afirmou Berschauer. Hoje, o país representa 8% da receita da empresa no mundo e é o segundo mercado, depois dos EUA.
Para o executivo, os preços da soja e do milho tendem a recuar, tendo em vista que os principais países produtores estão elevando a produtividade e a área cultivada. Ele acredita que, no caso brasileiro, o mercado agrícola crescerá nos próximos dois anos, mas não de forma explosiva devido ao nível de endividamento dos agricultores.
Berschauer afirmou que a multinacional estuda novas aquisições de empresas de sementes no mundo, para ampliar suas vendas globais. Ele negou que existe interesse da Bayer pela Basf. "A Bayer tem a liderança global em muitos dos mercados em que atua e provavelmente a aquisição não seria aprovada por órgãos antitruste". A empresa tem à disposição 750 milhões de euros para investir em pesquisa e desenvolvimento no mundo até 2015. A Bayer CropScience faturou globalmente 5,7 bilhões de euros em 2006, 3,3% menos que no ano anterior. No mercado brasileiro, as vendas foram de R$ 1,38 bilhão, 22% menos que em 2005. (CB)