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Brasil e árabes podem avançar juntos em tecnologia agropecuária

<p>Uma das áreas na qual o Brasil pode buscar avanços tecnológicos junto com os países árabes é a agropecuária. A afirmação foi feita ontem (23) à ANBA pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, logo após a abertura do 2 Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, que começou ontem e segue até amanhã no Hotel Hilton, em São Paulo.</p>

Redação (24/04/07) –  "O Brasil tem o sistema da Embrapa, que é um sistema exitoso. Temos muitas culturas em comum com estes países. A agropecuária é uma área em que podemos caminhar juntos", afirmou Rezende. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um braço do governo brasileiro que trabalha com pesquisas voltadas para a agricultura e a pecuária.

De acordo com o ministro Rezende, o Brasil ainda tem uma interação pequena com os países árabes em inovação tecnológica, mas as duas regiões têm condições de avançar neste campo. "Eu estive no Egito no ano passado. Nós já tivemos vários entendimentos com ministros egípcios, principalmente, que gostariam muito de ter uma agenda comum nesta área e acho que temos todas as condições de construí-la ao longo deste ano", afirmou.

O encontro, do qual o ministro participou da abertura ontem deve ser um grande fórum de discussão para a implantação de novas tecnologias na indústria brasileira. Lideranças da indústria nacional estiveram presentes na abertura do congresso, que deve reunir 500 pessoas até amanhã.

Entre as autoridades do setor que falaram durante a solenidade de abertura, um consenso: a inovação é essencial para a inserção da economia brasileira no mercado internacional. "A inovação é prioritária para o desenvolvimento econômico e social e para a elevação da competitividade industrial", afirmou Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), promotora do congresso. "É fundamental que a indústria busque melhoria no seu desempenho em um mercado cada vez mais competitivo", disse. Neto lembrou, no entanto, que apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é investido em pesquisa e ciência e que grande parte deste investimento vem do governo e não do setor privado.

Ele defendeu o apoio do governo para que as indústrias possam investir mais em inovação. Entre as medidas, pediu maior acesso às linhas de crédito para as empresas e incentivos fiscais para a implantação de novas tecnologias dentro das companhias. O ministro Rezende afirmou que o governo brasileiro está preparando um plano para ciência, tecnologia e inovação, cujas discussões devem estar concluídas em dois meses. "Será uma ampliação do leque de apoio à inovação na indústria", afirmou Rezende.

Neto fez uma explanação aos industriais presentes de onde precisa passar a agenda da inovação e citou, entre outras medidas, a formação de capital humano, como técnicos com perfil voltado para a inovação, o estímulo às pequenas empresas e o incentivo a setores de fronteira tecnológica como biotecnologia, nanotecnologia, energias renováveis e agroindústria.

O presidente do Conselho de Desenvolvimento Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, Rodrigo da Rocha Loures, afirmou que o caminho da indústria brasileira não é especialização, mas a diversificação. "O que mais convém ao Brasil é buscar uma estrutura industrial diversificada, como China, Japão e Estados Unidos", disse. O Brasil possui de fato uma indústria variada, que vai desde a de manufaturados, como calçados e roupas, até a tecnológica, de bens de capitais e equipamentos eletrônicos.

De acordo com Loures, o fato do Brasil ser um país grande faz com que precise também de estratégias industriais regionais. Além de Loures, Rezende e Neto, participaram da abertura do congresso outras personalidades, como o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Alessandro Teixeira, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

O encontro O congresso da CNI segue hoje com uma série de palestras e debates. Pela manhã haverá uma mesa redonda sobre inovação e competitividade, com relato de experiências internacionais, e uma palestra sobre tendências tecnológicas. Entre os debatedores da mesa redonda estarão Pere Escorsa, da Universidade Politécnica de Catalunha, da Espanha, e Carl Dahlman, da George Washington University, dos Estados Unidos. Na palestra nomes como Marc Giget, do Centro Nacional de Artes e Ofícios da França. À tarde, as discussões seguem sobre financiamento à inovação, tecnologia da informação, propriedade intelectual, nanotecnologia, energia renovável, entre outros temas.