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Cadeia produtiva da suinocultura: altos e baixos

<p>O atual quadro da suinocultura brasileira, em especial a gaúcha, onde verifica-se a condição diferenciada e de destaque de ser o Rio Grande do Sul praticamente o único Estado exportador, leva o produtor a alguns questionamentos.</p>

Redação (20/04/07) – Fica difícil explicar matematicamente, por exemplo, o contraste entre o aumento das exportações em volume e em valores, e a queda, bastante significativa, do preço do suíno vivo pago ao produtor.

Dentro destes valores, observa-se que o produtor saiu de uma condição onde tinha uma pequena margem de lucro para uma situação de total prejuízo. Hoje, o suíno vivo, com uma média de 105 quilos entregue à indústria, provoca um prejuízo de 35 reais por animal ao produtor.

“Se as exportações do RS em janeiro foram mais de 20 mil toneladas, em fevereiro exportou-se mais de 16 mil toneladas e em março este número ficou em cerca de 20 mil toneladas, por que o produtor gaúcho vem sendo penalizado pelas indústrias, trabalhando no prejuízo?”, questiona o presidente da Acsurs, Valdecir Folador. “Na nossa opinião, o produtor deveria ser mais valorizado dentro da cadeia produtiva. Deveria haver uma distribuição de lucro mais justa e igualitária”, avalia.

 Para Folador, não é possível que o suinocultor trabalhe no prejuízo, que ele arque com esta conta sozinho se ele trabalha numa cadeia produtiva. “Se é uma cadeia produtiva, todos os elos devem ganhar e perder em conjunto, nos momentos bons e ruins. E este é o questionamento prioritário”, enfatiza o presidente.

Na prática, segundo Folador, esta valorização se daria com toda a cadeia produtiva trabalhando e analisando a questão do crescimento da produção em conjunto, discutindo cada ponto: onde pode crescer e como atender os mercado interno e externo. “Isso evitaria altos e baixos dentro da produção, como uma oferta maior do que a demanda, fator alegado atualmente pelo setor industrial. É preciso uma aproximação maior, precisamos trabalhar juntos, com o jogo aberto, mostrando as receitas e as despesas que temos, desde a produção, até o varejo, para que possamos dividir o que é justo para todas as partes”, defende.