Depois de duas horas de discussões tumultuadas, as lideranças dos caminhoneiros saíram divididas da primeira reunião com a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) para discutir as reivindicações da categoria, após a greve que na semana passada provocou engarrafamentos de até 25 quilômetros na principal rodovia do país, a Via Dutra. Para Nélio Botelho, presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), a ANTT mostrou “total interesse” em atender às reivindicações. Mas Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), achou a reunião pouco produtiva:
– Tudo ficou para a terça-feira que vem. Ficou definida apenas a pauta que será discutida nas próximas reuniões.
A chegada de cerca de 500 caminhoneiros de diversos Estados evidenciou a divisão da categoria. Do lado de fora do prédio, muitos criticaram a CNTA e a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), contrárias às paralisações.
O Ministério dos Transportes informou que as demandas serão discutidas em quatro grupos de trabalho. O primeiro debaterá normas e regulamentos; o segundo, construção de pontos de parada (para facilitar o cumprimento das 11 horas de descanso); o terceiro, questões fiscais e tributárias; e o quarto, aspectos jurídicos.
A greve dos caminhoneiros, iniciada em 25 de julho, durou seis dias. Após engarrafamentos e alta nos preços de alimentos, o ministro dos Transportes, Paulo Passos, se comprometeu a negociar.
Além disso, a Justiça do Trabalho condenou a Liberty Seguros, patrocinadora oficial da Copa de 2014, a pagar indenização por danos morais coletivos de R$ 100 mil por fazer varredura – creditícia e criminal – sobre os motoristas. Se mantiver a prática, pagará multa diária de R$ 10 mil. A Liberty disse que não comentaria por não ter oficialmente informada da decisão.