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Carne suína

<p>Embargo pode reduzir preço interno.</p>

Redação SI 15/12/2005 – Os preços da carne suína em Mato Grosso poderão sofrer uma pressão baixista, caso o embargo russo às carnes brasileiras seja prolongado por cerca de dois ou três meses. O alerta veio do presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat), Raulino Teixeira Machado, que não vê motivos para grandes alardes no momento.

“Posso afirmar que a situação está sob controle, pois as vendas para a Rússia já foram encerradas este ano e a expectativa agora fica para 2006”, diz ele. Ele lembrou, contudo, que a medida não deixa de ser preocupante “porque temos apenas dois ou três meses pela frente para revertermos este cenário e retomarmos os contratos, uma vez que a Rússia é o nosso principal parceiro comercial”, aponta Machado.

Pelos números da Acrismat, Mato Grosso conta atualmente com um rebanho de 1,45 milhão de suínos, sendo 66 mil matrizes, e exporta 19% da sua produção. Os maiores compradores são Rússia, Hong Kong, Dinamarca e Uruguai. Este ano, a Rússia sozinha respondeu por mais de 60% das exportações mato-grossenses de carnes suínas.

INTERCOOP – O presidente da Intercoop (Integração das Cooperativas do Médio Norte de Mato Grosso), Sérgio Thomazi, diz que está apreensivo com a decisão do governo russo (ampliação do veto às carnes brasileiras), pois o embargo “gera especulação” e pode travar o mercado e derrubar os preços internos.

“A decisão muito nos preocupa, pois no próximo ano teremos que retomar as exportações e assinar novos contratos com os importadores. Se a medida não for revogada logo, poderemos ter grandes prejuízos, já que mais de 80% das nossas vendas para o mercado externo têm a Rússia como principal destino”, explica Thomazi.

Só neste ano a Intercoop vendeu 4,5 mil toneladas (t) de carne para aquele país, com o faturamento chegando a US$ 8,16 milhões.

Única planta industrial de Mato Grosso a exportar carne suína para a Rússia, a Intercoop de Nova Mutum (269 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) já havia decidido suspender novos contratos para este ano. A justificativa era de que a atual conjuntura não estava favorecendo as exportações, “devido ao quadro de incertezas para o setor e as constantes quedas do dólar”.

De acordo com Thomazi, no momento, a Intercoop concentra seus esforços para atender o mercado interno.

ESTAGNAÇÃO – Ele informou que a Rússia já havia reduzido suas compras de suínos em cerca de 30% após o surgimento do foco da aftosa em Mato Grosso do Sul, no final de setembro. Argentina e Uruguai, que respondem juntos por 2% das exportações da cooperativa, interromperam suas compras temporariamente. Neste novo cenário, mais de 300/t deixaram de ser comercializadas, num montante superior a US$ 600 mil no mês de outubro.

Este ano, a Rússia respondeu por 82% de todas as exportações de suínos da Intercoop, seguida de Hong Kong, com 15% das compras (744/t).

No período de janeiro a setembro, a Intercoop exportou 4,96 mil/t, com a comercialização chegando próximo de R$ 10 milhões. Houve um crescimento de 146% em relação a igual período de 2004, quando as exportações chegaram a 2,01 mil/t.

No ano passado, a Rússia respondeu por 72% das exportações da cooperativa (1,44 mil/t), seguida de Hong Kong, com 22% (442/t), e Uruguai, 4,5% (90/t).