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Mercado Interno

Carne suína na mesa

Consumo per capita do produto - mais barato que a carne de boi - deve crescer 19% em Minas Gerais, passando de 21 quilos para 25 quilos.

Carne suína na mesa

Mais barata do que a carne de boi e com oferta de novas opções de cortes, a carne suína ganha espaço na mesa do consumidor. Em Minas Gerais, a estimativa é de que o consumo per capita de carne suína, que já é superior à média nacional de 14,7 quilos, passe de 21 quilos para 25 quilos neste ano, com alta de 19%, estima o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna.

O avanço do consumo de carne de porco se reflete na indústria e no campo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abate de suínos no país cresceu 6,7% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2010. Em sentido contrário, o abate de bovinos caiu em igual proporção no mesmo período.

De acordo com o analista do IBGE Octávio Costa, há três trimestres o abate de suínos vem crescendo a uma taxa elevada nas Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha. Com isso, no segundo trimestre deste ano, o abate de suínos chegou a 8,61 milhões de cabeças, recorde trimestral em toda a série histórica.

Em Minas, o recuo no abate de bovinos foi ainda maior do que os 6,7% de queda apurados no Brasil. Enquanto nos meses de abril, maio e junho do ano passado foram abatidas 643 mil cabeças no Estado, no mesmo intervalo de 2011este volume caiu para 528 mil, recuo de 18%.

Segundo o presidente da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig), Silvio Silveira, os consumidores estão substituindo a carne de boi pela de porco e frango devido ao preço menor.

A consequência é uma queda na produção. “O mercado está muito lento. Os frigoríficos estão com capacidade ociosa. Neste ano, a arroba do boi já foi cotada a R$ 110, e agora está entre R$ 88 e R$ 90”, afirma. Ele complementa que, além do mercado interno desaquecido, o setor bovino sofre com a retração do mercado externo por conta da crise econômica.

O investimento em novos cortes de suínos, que alavancou o mercado, começou há cerca de três anos. Antes, as opções se restringiam ao lombo, pernil, costela e miúdos para a tradicional feijoada. Agora, os frigoríficos estão oferecendo novos cortes especiais, sob medida para atender ao perfil de consumo das famílias.

Setor oferece mais de 20 produtos diferentes

O setor oferece mais de 20 produtos, compreendendo cortes especiais como o filé suíno, a alcatra suína e a picanha suína. De acordo com o gerente da Bullight, Marcelo Rievers, que abastece os supermercados Verdemar, as vendas de carne suína estão muito aceleradas, enquanto as de aves crescem em ritmo menor e as de boi estão estagnadas. “Em relação ao ano passado, a venda de produtos suínos cresceu quase 20%. Isso se deve às novas apresentações dos produtos, em cortes menores e com mais qualidade”, afirma.

“Minas é um dos grandes mercados consumidores. A produção aproximada de 400 mil toneladas por ano é insuficiente para atender à demanda. Por isso, a carne suína produzida no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso vem suprir o consumo aqui”, afirma José Penna, da associação dos suinocultores.