Os carros elétricos poderão se tornar mais baratos que os modelos movidos a petróleo até 2025 se o custo das baterias de íons de lítio continuar caindo.
Alguns modelos custarão o mesmo que aqueles com motores de combustão já em 2024 e ficarão mais baratos que eles no ano seguinte, segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance. Para que isso aconteça, os preços das baterias precisam cair e a demanda pelos metais que compõem essas unidades deve continuar subindo, informou a firma de pesquisa com sede em Londres, nesta quinta-feira.
O clamor pelo lançamento de veículos elétricos se intensificou com a corrida de países e empresas para eliminar a poluição atmosférica de suas cidades e cumprir as ambiciosas metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris. Parlamentares britânicos iniciaram uma pesquisa sobre o mercado em setembro para analisar a infraestrutura necessária e tentar determinar se devem antecipar o prazo de 2040 para acabar com a venda de carros a gasolina e a diesel.
Com incentivos, o Reino Unido poderia reduzir o déficit comercial automotivo em 5 bilhões de libras (US$ 7 bilhões), informou o think tank Green Alliance. A World Wildlife Fund informou que a eliminação progressiva dos carros a diesel e a gasolina poderia adicionar mais 14.000 empregos ao setor. Em relatórios separados, nesta semana, os dois grupos exortaram o Reino Unido a antecipar a proibição aos carros movidos a petróleo para 2030.
A China, maior poluidora do mundo, quer ser líder mundial em termos de adoção de veículos elétricos com a implementação, pelo governo, de cotas de produção destinadas a aumentar as vendas. O bilionário fundador da Zhejiang Geely Holding Group, Li Shufu, comprou uma participação de 7,3 bilhões de euros (US$ 9 bilhões) na Daimler no mês passado.
O aumento esperado na produção em massa de armazenamento de íons de lítio deverá ajudar a derrubar os preços das baterias para US$ 70 por quilowatt/hora até 2030, informou a BNEF. O preço médio das baterias foi de US$ 208 por quilowatt/hora em 2017, valor que espreme as margens de lucro e representa cerca de dois quintos dos custos totais de um veículo elétrico.
“As vendas de veículos elétricos continuarão acelerando nos próximos anos, mas os preços das baterias ainda precisam cair mais para que haja uma adoção verdadeiramente massiva pelo mercado”, disse Colin McKerracher, analista de transporte da BNEF. “Se os custos dos materiais das baterias continuarem subindo acentuadamente isso pode atrasar o ponto de cruzamento.”