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Ceará - Sobrevivência

Especial regiões - Os altos preços dos insumos e a baixa rentabilidade estão tirando os produtores cearenses da suinocultura.

Redação SI (Edição 159/2002) – O Ceará conta atualmente com 4,5 mil matrizes alojadas e um plantel de aproximadamente 40 mil animais, segundo as estimativas da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce). Em 2001, o Estado produziu cerca de 28 mil toneladas de carne suína. De acordo com o presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce), Hélio Chaves Bastos, o consumo per capita de carne suína no Estado é de 4 quilos, um dos menores do País. Salvo nos períodos de alta estação, quando turistas de todo o Brasil e de outros países invadem seu território, o consumo de carne suína sobre significativamente.

A suinocultura não é uma das atividades mais fortes no Ceará. Sua tradição na pecuária ganha destaque na produção de ovinos (com cerca de 1,5 milhão de cabeças) e caprinos (770 mil cabeças). Na suinocultura, o Estado luta contra a ameaça da peste suína clássica. O Ceará é um dos Estados do Norte e Nordeste brasileiro que estão participando do programa de erradicação da peste suína clássica, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Outra característica da suinocultura cearense é o grande número de propriedades familiares. “São poucas as granjas suinícolas tecnificadas no Estado”, diz Paulo Helder, diretor técnico da associação. “Hoje são 15 suinocultores tecnificados na região”. O custo de produção e o preço de venda dos suínos no Ceará não tem atraído novos produtores, pelo contrário, muita gente tem abandonado a atividade pela falta de rentabilidade. “Os pequenos suinocultores são os que mais estão sentindo a dificuldade do mercado”, diz Helder. “Ano passado, o custo de produção do quilo do suíno ficou em torno de R$ 1,70 e o de venda a R$ 1,80. Mas o que mais atrapalhou a produção foi a alta do preço do milho e da soja”, explica.

O Ceará não produz milho e soja suficientes para abastecer toda a sua demanda. O Estado comprou muito milho da Argentina, mas com a crise econômica daquele país e a alta do dólar, essa compra tornou-se impraticável nos últimos meses. “Dessa forma, passamos a comprar milho e soja de Goiás e do Mato Grosso e mesmo assim com preços bastante altos. A saca de 50 quilos da soja, por exemplo, chegou a ser vendida na região a R$ 40,00 em 2001”. O encarecimento dos grãos, segundo o diretor, deve-se em boa parte ao valor do frete. “Para este ano, estamos tentando fazer um acordo com os produtores de milho do Piauí para abastecer a demanda do nosso Estado e diminuir o custo do frete”. No entanto, o Ceará conta com mão-de-obra e terras mais baratas para a pecuária do que em outras regiões produtoras.

Algumas das empresas de suinocultura presentes no Estado
Agroceres PIC
Agroceres Nutrição Animal
Bomix
Dalland do Brasil
Nutron
Poli-Nutri
Purina
Suinosol
Tortuga
Empresas citadas pela Associação.