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Comissão investiga alto preço da carne suína

Santa Catarina começa a dar corpo à CPE da suinocultura.

Redação SI 12/06/2002 – A Assembléia Legislativa aprovou ontem (10) a criação de uma Comissão Parlamentar Externa (CPE) para investigar a cadeia produtiva dos suínos em Santa Catarina. Os deputados terão 90 dias para identificar as causas da diferença entre o preço pago pelo quilo da carne ao produtor (aproximadamente R$ 1,10 o quilo) e o cobrado do consumidor nos supermercados (que pode passar dos R$ 20 o quilo no caso dos embutidos).

“Criamos a comissão para atender uma solicitação que os produtores nos encaminharam durante audiência pública que organizamos em Seara, no oeste do estado, na semana passada”, diz o autor do requerimento para instalação da CPE, Moacir Sopelsa (PMDB).

Durante os trabalhos, explica o parlamentar, será avaliada a variação de preços que ocorre em cada elo da cadeia produtiva. “Pretendemos ter acesso às planilhas da indústria para saber exatamente por quanto eles compram e por quanto eles vendem o suíno. Aí saberemos o valor pago pelos supermercados e teremos como ver quem mais ganha nessas negociações”. Se constatarem lucros exagerados em algum ponto, diz o parlamentar, os membros da CPE deverão solicitar que o Ministério Público investigue se não estão ocorrendo crimes contra a economia popular.

Além disso, observa Sopelsa, a CPE começa com outra disposição. “Se conseguirmos baixar o preço da carne nos supermercados, poderemos aumentar o consumo do suíno, hoje muito baixo no País”. Atualmente, cada brasileiro consome, por ano, 10,71 quilos de carne de suínos. Em outros países, a demanda é bastante superior. Os chineses, por exemplo, consomem 30 quilos/ano. Nos Estados Unidos, são 31 quilos per capita/ano. Na Espanha, 64,2 quilos per capita/ano. “Se o preço da carne in natura e dos embutidos fosse mais baixo, poderíamos nos aproximar dos outros países”, acredita Sopelsa.