Para melhorar os resultados da comercialização e recuperar o prejuízo, o setor produtivo mato-grossense espera que esse índice atinja 18 kg até o fim de 2015, o que ainda representará cerca de 1/4 da carne suína consumida por pessoa em Hong Kong. O país é o líder mundial de consumo, com 66,5 kg por habitante.
Para mudar essa realidade, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) lançou nesta quarta-feira (12) a campanha da “Semana Nacional da Carne Suína”, que será realizada em 2013 com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De acordo com o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, até a realização do evento, a entidade irá treinar e sensibilizar os mercados, melhorando a apresentação dos produtos nos pontos de venda e capacitando profissionais de açougues para que desenvolverem novos formatos de cortes, em tamanhos menores.
Segundo o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suíno de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, a ideia é percorrer o mesmo caminho da produção de frango, que registrou expansão na comercialização quando começou a ofertar cortes menores por exigência de países importadores. Outro desafio é aumentar a venda de carne in natura, que detém atualmente 3% do mercado local.
Objetivo da campanha é organizar a cadeia produtiva até o varejo, garantindo maior espaço para a carne suína nas gôndolas dos supermercados. Vinte e cinco porcento da carne vendida no supermercado Pioneiro é de suíno, estima a proprietária Dora Generosa Leite Galeno, reconhecendo o aumento nas vendas do produto. Dora já espera um crescimento sazonal nos próximos meses, nas festas de fim de ano.
Há 19 anos, Margareth Ale Ferreira e o marido abriram um açougue especializado, o Somente Suínos, que atende o varejo e o atacado. Segundo ela, a questão cultural em relação a carne suína tem mudado. “As pessoas começaram a entender que a carne do porco é tão saudável quanto as outras”. Aos 73 anos, o pai de Eraci Gauer, 41, só consome carne suína. O hábito de família começou na infância de Eraci, quando ainda morava no Paraguai. Em Aripuanã, Eraci ainda cria porcos e outras culturas para subsistência.