Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Consumo doméstico é saída ao setor da suinocultura no MT

<p>O Estado foi apontado por um consultor como mercado promissor para exploração da suinocultura.</p>

Redação SI (30/08/06)- O cenário atual para a suinocultura não é dos melhores em função de o crescimento da produção, nos últimos cinco anos, ter sido voltado quase que inteiramente para exportação. Mas esta situação pode ser modificada se a cadeia produtiva conseguir aumentar a participação do consumo doméstico nas vendas. Enquanto a média anual per capita de consumo de carne bovina no País é de 38 quilos (kg) e a ingestão de aves soma 37 kg por pessoa ao ano, 11,7 kg é a média do consumo de carne suína.

A falta de consumo doméstico é — segundo o consultor Osler Desouzart, que palestrou ontem para produtores, técnicos agrícolas e médicos veterinários de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá) e região — o principal gargalo da atividade. Segundo ele, o consumo de carne suína no país está paralisado há muito tempo. A única forma de consolidar a suinocultura no Brasil é com base sólida no consumo interno. O nosso país é potência na produção de carne suína, avalia Desouzart.

O Estado foi apontado pelo consultor como mercado promissor para exploração da suinocultura. Para tanto a cadeia produtiva, na opinião de Desouzart, precisa se mobilizar. Todos, produtor, indústria, veterinários e outras pessoas envolvidas no setor direta ou indiretamente, devem promover o consumo de carne suína. É um trabalho que deve ser feito em conjunto. É possível duplicar o consumo brasileiro em 10 anos. Para tanto é necessário romper o marasmo do consumo doméstico de carne suína, adverte.

Falta de conhecimento e preconceito foram apontados por Desouzart como fatores do baixo consumo da carne suína pelos brasileiros. A saída para isto é, conforme o consultor, divulgar as qualidades da carne. O produtor tem que se preocupar em agregar valor ao seu produto e não com os custos de produção.

O Brasil tem, de acordo com Desouzart, os menores custos de produção da carne suína. Comparado com alguns países produtores e exportadores, a diferença chega a ser 20% menor. Este é um dos fatores na opinião do consultor, que mostra que a suinocultura brasileira é competitiva e realizada de forma eficiente.

Outro gargalo mostrado pelo consultor na palestra é a dependência da produção às exportações, principalmente para Rússia, país que concentra 65% das vendas externas da carne suína brasileira. Esta concentração de exportação a um único país é uma dependência e nos deixa reféns das imposições dos russos. A exportação não é solução e sim parte dela.