Da Redação 19/05/2004 – 06h55 – As cooperativas agropecuárias do Paraná planejam investir R$ 570 milhões este ano na ampliação de unidades industriais e em armazenagem, segundo levantamento da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) junto a suas associadas. Em 2003, foram investidos R$ 450 milhões.
Do total de investimentos previstos para 2004, R$ 330 milhões serão destinados a investimentos no processo agroindustrial, principalmente com o objetivo de ampliar as exportações do Estado, de acordo com o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski. Só para aumentar o abate de frango e de suínos no Estado e na implantação de um novo frigorífico de aves, os aportes somarão R$ 170 milhões. Haverá ainda investimentos em maltaria (R$ 55 milhões), rações (R$ 30 milhões), laticínios (R$ 25 milhões) e fiação de algodão, industrialização de álcool e moagem de trigo (R$ 50 milhões).
Os R$ 240 milhões restantes serão destinados à melhoria na infra-estrutura das cooperativas – basicamente na recuperação e ampliação de armazéns, de acordo com Koslovski. Também haverá investimentos em terminais.
“O Paraná tem um déficit grande em armazenagem; por isso esses investimentos darão mais tranqüilidade às cooperativas”, afirma. Enquanto a produção de grãos do Paraná chega a 30 milhões de toneladas, a capacidade de armazenagem no Estado é de 19 milhões de toneladas. Considerando apenas as cooperativas agropecuárias, a capacidade de estocagem é de 8,5 milhões de toneladas. De acordo com Koslovski, os investimentos permitirão ampliar a capacidade de armazenagem em cerca de 1 milhão de toneladas.
O avanço das exportações brasileiras no agronegócio estimula os investimentos na ampliação da produção das cooperativas. Problemas sanitários na Europa e nos Estados Unidos e Ásia permitiram ao Brasil uma inserção maior no mercado internacional, observa o presidente da Ocepar.
Além desse estímulo mais recente, a agregação de valor é uma busca constante das cooperativas, observa Koslovski. E as cooperativas do Paraná têm condições “excepcionais” para fazê-lo, afirma, já que o Estado é o maior produtor de milho do país e o segundo na produção de soja. Essa proximidade com a matérias-primas dá competitividade às cooperativas.
Os bons resultados das cooperativas agropecuárias no último ano também são um estímulo para os investimentos. Em 2003, o segmento faturou R$ 13,5 bilhões, 37% a mais que no ano anterior. Aumento de exportações de grãos e de frango sustentaram parte dos ganhos. Koslovski observa que, além de crises sanitárias, a demanda chinesa por soja brasileira foi fundamental para o avanço das vendas externas no ano passado.
A estimativa da Ocepar é de que a receita das cooperativas volte a crescer em 2004, mas num ritmo menor, segundo João Paulo Koslovski. O motivo é a quebra na safra de grãos paranaense por conta de problemas climáticos, o que reduziu a oferta. Ainda assim, o crescimento projetado para o faturamento é expressivo: 20%.