Redação SI (13/04/06)- O investimento em cortes é uma das formas de agregar valor à carne suína. Filé mignon, alcatra e picanha não são mais partes nobres apenas do boi. Nos supermercados, é possível encontrar esses cortes também de suínos, além de filezinho e costela sem pele, entre outros, e alimentos prontos para o preparo, como almôndegas e hambúrgueres suínos. “São novas opções de consumo da carne suína”, diz José Arnaldo Cardoso Pena, presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
O mercado internacional também tem valorizado os cortes de carne suína. Segundo a Asemg, enquanto a tonelada de carcaça suína é vendida de US$ 1,7 mil a US$ 1,8 mil, o preço dos cortes é de, no mínimo, US$ 2 mil. Para orientar os produtores no novo “mapa” do suíno, a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) está preparando um manual de cortes. “Essas mudanças começaram há menos de três anos e, daqui para frente, vão ser cada vez mais consolidadas nos mercados interno e externo”, diz Pena, que também é vice-presidente da ABCS. João Bosco Martins de Abreu, presidente da Cooperativa Central dos Suinocultores de Minas Gerais (Coopercentral), que concentra três cooperativas em Pará de Minas, explica que o suíno, historicamente, era destinado à produção de gordura. Tanto que, até a década de 70, o consumo doméstico era todo baseado em banha.
Com o início da cultura de soja, no Sul, a gordura animal foi sendo substituída pela vegetal e foi sendo colocada no mercado a carne suína, que se limitava a quatro partes: lombo, pernil, costela e toucinho. “Como o suíno tem os mesmos cortes do boi, partes como o pernil foram desmembradas em picanha, chã de dentro e de fora e alcatra. É uma medida para valorizar e criar a idéia de nobreza”, diz. “Outro fator é o tamanho, pois como o suíno cresceu, o pernil que pesava sete quilos aumentou para 12 quilos, ficando muito difícil prepará-lo inteiro.”
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