A queda nas vendas e estoques lotados levaram criadores de frango em Pará de Minas, no Centro-Oeste, a suspender a criação para evitar prejuízos devido os baixos preços oferecidos pela produção.
No frigorífico da cidade, os 200 associados abatem 47 mil aves por dia. Mas o ritmo de trabalho da empresa não deve ser mantido nas próximas semanas, pois no estoque ainda estão armazenadas 450 toneladas de frango, metade da capacidade. Segundo o gerente de vendas, Helvécio Carrilho, na mesma época do ano passado o estoque estava vazio.
Para tentar diminuir o prejuízo a saída que muitos avicultores encontraram foi suspender a produção. No Centro-Oeste de Minas Gerais muitas granjas só vão voltar a produzir em fevereiro. Na granja Santa Helena, desde o final de dezembro os galpões estão vazios. Cerca de 36 mil pintinhos só vão ser entregues na segunda semana de fevereiro. Para o produtor rural, Geraldo Pereira Rocha, a pausa na criação foi necessária. “Se não parar o prejuízo é maior”, finalizou o produtor.
Hélvécio acredita que a situação é reflexo da queda nas vendas. “Por causa das férias muitas pessoas viajaram e os supermercadistas diminuíram as compras. Registramos uma queda de 50% das vendas”, afirmou.
Em Minas Gerais, no mês de janeiro, a queda acumulada no preço da carne de frango chegou a mais de 5%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “O preço do frango caiu bastante. Teve uma queda de mais de 30% para o produtor rural”, disse Helvécio.
O produtor chegou a receber R$ 1,40 pelo quilo do frango vivo. Cerca de R$ 1 a menos do que há 20 dias. Em contrapartida, no mesmo período, o milho teve um reajuste de 20% elevando o custo da produção para R$ 2. Ou seja, para cada quilo produzido de carne o produtor teve um prejuízo de R$0,60.