Redação SI (01/08/06)- Depois da forte crise do primeiro semestre, os criadores de suínos do Sul do País vêem uma perspectiva de melhora do mercado a partir de agosto. Em Santa Catarina, maior produtor brasileiro de suínos com 25% do rebanho total, não há mais superoferta de animais, segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza.
O estoque recente de 100 mil suínos represados e com excesso de peso foi abatido e o mercado está mais enxuto. “Há menor quantidade e maior procura por animais”, afirma, lembrando que várias promoções foram feitas junto ao consumidor no Estado final para escoar a produção. O quilo da carne suína chegou a ser vendido por R$ 1,99 em algumas redes de supermercado.
Além da demanda interna, Santa Catarina também tem vendido bom volume de animais para São Paulo e Rio Grande do Sul. Cerca de 70% da produção gaúcha tem sido destinada à exportação, já que o Estado é o único habilitado a exportar para a Rússia. Assim, o mercado doméstico gaúcho tem sido abastecido pelos suínos catarinenses.
Wolmir de Souza disse que na próxima semana, os criadores independentes pretendem estabelecer o preço de R$ 1,25 pelo quilo vivo do animal, ante R$ 1,20 negociado esta semana. Mas o valor ainda está longe do ideal. O custo de produção no estado é de cerca de R$ 1,70 o quilo.
No Rio Grande do Sul, há uma expectativa mais otimista sobre a redução na oferta e a possibilidade de preços melhores. Os produtores independentes conseguem entre R$ 1,74 e R$ 1,85 pelo quilo vivo, enquanto os integrados recebem R$ 1,55 da indústria, afirma Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). Antes da liberação das vendas para a Rússia, em abril, o preço do suíno estava em R$ 1,30/kg.
Levantamento da Emater/RS informa que o preço médio no Estado esta semana foi de R$ 1,68 o quilo vivo. Ali os valores negociados superam o custo de produção (de R$ 1,50 a R$ 1,60), mas a atividade ainda não é rentável. “Estamos empatando dinheiro com a produção de suínos. A situação é melhor que em outros estados, mas ainda não é a ideal.
Esperamos que a Rússia libere a importação de outros estados ainda neste segundo semestre”, afirma Folador. Antes do embargo provocado pelo aparecimento de casos de febre aftosa no Paraná e no Mato Grosso do Sul, a Rússia era o maior comprador de carne suína do País.