Redação SI (14/06/06)- Os criadores de suínos querem reforço na ação de fiscalização e vigilância sanitária nos postos na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. O temor é de que um controle insuficiente em Vacaria, Barracão, Iraí, Torres e Marcelino Ramos possa pôr em risco o status sanitário do rebanho e os embarques de carne.
A Associação de Criadores de Suínos do RS (ACSURS) cobrou, ontem, que o Estado implemente fiscalização de 24 horas nesses locais. Atualmente, a vigilância é de 12 horas diárias de segunda a sexta-feira. Segundo o presidente da ACSURS, Valdecir Folador, o RS está vulnerável justamente no momento em que é o único da federação a embarcar lotes para a Rússia.
“O Estado exporta 65% da produção para o mercado russo e, só no ano passado, entraram no RS 180 mil cabeças de suínos, a maior parte de SC”, evidenciou. Apesar de os suínos catarinenses estarem liberados desde que venham com caminhões lacrados e com desembarque supervisionado, teme-se que lotes irregulares de outros estados estejam entrando no RS de áreas ameaçadas pela febre aftosa.
Ontem, em audiência na AL, o presidente da Comissão da Agricultura, Elvino Bohn Gass, anunciou que será pedido um trabalho conjunto entre as secretarias da Agricultura e Fazenda. “Além da fiscalização, precisamos rigor quanto à sanidade.” Segundo ele, o encaminhamento será feito pelo deputado Alceu Moreira.
O responsável pelo controle de trânsito animal do DPA da Secretaria de Agricultura, Eduardo Vergara, explicou que, para efetivar a fiscalização de 24 horas, é necessário movimentar pessoal e realizar o pagamento de diárias. “Hoje, o trabalho é executado por profissionais do local, mas para ampliá-lo precisaríamos de efetivo em três turnos com carga de oito horas.
“Folador diz que o custo desse serviço deveria ser pago pelo Estado. Contudo, não descarta um possível apoio do Fundesa. Vergara destaca que o RS tem cobertura vacinal contra a aftosa. “O trabalho tem que ser bem realizado também em SC, já que eles não vacinam”, conclui.