Uma granja em Cruzeiro do Sul, região central do Rio Grande do Sul, está trabalhando no vermelho. Ilânio Jonher conta que está gastando muito com a ração e que a atividade não tem dado lucro. “O custo de produção hoje, em virtude da alta do farelo de soja e do milho, principais componentes da ração, chegou a um preço absurdo, impossível de continuar”, conta o criador.
Ilânio diz que está recebendo R$ 2,20 pelo quilo do animal terminado, enquanto gasta R$ 3 por quilo para a engorda. O maior problema está no farelo de soja que ele usa para alimentar os porcos, o produto subiu 25% desde o começo do ano até agora. O saco de 60 quilos é vendido por R$ 56. Já o saco de milho, outro ingrediente da ração, está na casa dos R$ 30.
De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, o preço da carne caiu 16% de um ano pra cá, enquanto o custo subiu cerca de 15%. Além do custo alto, a maior oferta no mercado contribuiu para a redução nos preços.
Em outra granja em Marques de Souza com 1.800 animais, o preço pago ao produtor é um pouco maior que a média, chega a R$ 2,30 porque o criador consegue vender para a agroindústria local, que está pagando melhor. Mesmo assim, o criador Auri Heincka diz que está no prejuízo. “A situação está crítica, mas temos que tentar levar até onde der”.