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Mercado Interno

Desaceleração de preços

Entrada da safra de verão no mercado deve conter ritmo de alta dos preços dos alimentos. Se expectativa se confirmar, inflação também pode reduzir.

Desaceleração de preços

A entrada da safra de verão no mercado deve conter o ritmo de alta dos preços dos alimentos, afirmou o ministro da Agricultura. Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Paraná, em Goiás e São Paulo, que já iniciaram a colheita em janeiro, a expectativa é que, até abril, cerca de 119 milhões de toneladas de grãos, principalmente arroz, feijão, milho e soja, sejam colhidas. O número representa quase 80% dos 149,4 milhões de toneladas previstas para o ciclo 2010/2011.

Se a expectativa de desaceleração dos preços dos alimentos se confirmar, isso também pode ocorrer com os índices de inflação. “Em função da importância e do peso que esses produtos têm no cálculo dos índices de inflação, acredito que o início da colheita poderá ter impacto no bolso do consumidor”, afirmou por meio de nota do ministério o gerente de Levantamento e Acompanhamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Carlos Bestétti.

Segundo Bestétti, o arroz e o trigo chegaram a ter valores de mercado abaixo do preço mínimo fixado pelo governo federal, enquanto o feijão apresenta variações conforme a sazonalidade. Ele lembra também que os preços do milho ficaram, na maior parte de sua comercialização, próximos ao mínimo.

O Brasil é reconhecido como um dos maiores produtores mundiais de alimentos e principal exportador de várias commodities agrícolas. O aumento da safra nacional é visto pelo mundo como uma das saídas para evitar uma elevação ainda maior dos preços dos alimentos nos próximos anos.

Na semana passada, a diretora executiva do Programa Mundial de Alimentação (PMA), Josette Sheeran, afirmou que o encarecimento desses produtos tem contribuído para os protestos no Norte da África e no Oriente Médio, principalmente em países como a Tunísia, que já teve a queda de seu presidente, o Egito e a Jordânia.

Bestétti acredita que as exportações mundiais de alguns países produtores de alimentos aumentarão. “No caso do Brasil, a exportação de produtos como o milho, o arroz e o trigo poderá ser ampliada”, destacou.