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Mercado Interno

Destaque suíno do ano

Demanda doméstica "redime" mercado de suínos em 2009. Consumo per capta deve terminar o ano próximo a 14 quilos por habitante.

Destaque suíno do ano

O brasileiro nunca comeu tanta carne suína como em 2009. O consumo per capta deve terminar o ano próximo a 14 quilos por habitante, o que representa um crescimento de 4,5% ante 2008. O volume ainda está longe do consumo das carnes bovina e de frango, mas foi a esse crescimento que as indústrias de carne suína atribuem o resultado positivo do ano, que se aproxima do fim sem estoques, apesar da produção maior.

A produção neste ano está estimada pela Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs) em 3,19 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 5,32% em relação a 2008, quando foram produzidas 3,02 milhões de toneladas, ou seja, 164 mil toneladas a mais. O aumento da oferta é atribuído a uma melhora na produtividade obtida junto aos integrados das empresas.

“Todo esse aumento foi consumido internamente, já que as exportações ainda patinam ao redor de 600 mil toneladas”, afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs. A expectativa é que 2009 termine com embarques de 598 mil toneladas, aumento de 12,8% sobre as 530 mil toneladas de 2008.

O mercado interno vai absorver este ano quase 100 mil toneladas. No ano passado, o consumo doméstico foi de 2,49 milhões de toneladas e em 2009 a demanda passará para 2,59 milhões de toneladas, resultado 3,85% maior.

Por enquanto, os embarques de carne suína somam de janeiro a outubro 511,75 mil toneladas, aumento de 8,7% a mais do que o registrado nos dez primeiros meses de 2008. Os dados de novembro ainda não estão fechados, mas a expectativa é de que fiquem ao redor de 50 mil toneladas, quase duas vezes mais do que em novembro do ano passado. Para Camargo Neto, a queda dos preços internacionais em dólar e a valorização do real ante a moeda americano foram os pontos mais críticos do ano. Segundo ele, o preço médio de 2009 está aproximadamente US$ 700 inferior ao de 2008.

Para 2010, as estimativas da Abipecs apontam para um ano melhor que 2009. A produção de carne suína deve ter um modesto crescimento de 0,3% e chegar a 3,2 milhões de toneladas. Dessa vez, o aumento da oferta deve ser destinado ao mercado externo, que será destino de 610 mil toneladas no próximo ano, volume que representa aumento de 2% sobre 2009.

Segundo Camargo Neto, para que as exportações apresentem um resultado mais expressivo é necessária a abertura de novos mercados. “Estamos confiantes na abertura da União Europeia ainda no primeiro semestre de 2010 e no avanço do processo nos EUA. Precisamos desses dois mercados para conseguir abrir o Japão”, diz.

Na quinta-feira, os japoneses enviaram para o Brasil um segundo questionário para ser respondido pelo Ministério da Agricultura, com dúvidas em relação ao primeiro. O primeiro documento foi enviado ao Japão em março deste ano e apenas ontem houve uma manifestação. “Não vejo protecionismo no Japão, apenas uma cautela excessiva, que pode ser superada quando os EUA colocarem em consulta pública a análise de risco que fizeram no Brasil este ano”, afirma Camargo Neto.