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Dia de parar estradas em GO

<p>Produtores se concentram hoje em Rio Verde. Protestos se espalham por todo Estado.</p><p></p>

Redação (10/05/06)- A cidade de Rio Verde, uma das principais produtoras de grãos do Estado, inicia hoje a mobilização de produtores rurais contra a política agrícola do governo federal. O município dá a largada na série de protestos que vai ocorrer em todo Estado até o final desta semana. São esperados cerca de 100 tratores, 50 caminhões e 500 produtores na BR-452 e BR-060, no trevo que dá acesso a Goiânia. A meta é deixar passar apenas cargas perecíveis, como rações e frios, e carros de passeio. O movimento foi aprovado ontem durante assembléia realizada com a classe.

Ontem foi a vez do município de Acreúna, situado a 153 km de Goiânia, protestar contra a crise no campo. 200 máquinas e caminhões foram para as margens da BR-060 às 7 horas. Durante o dia foram paradas até cargas perecíveis, que foram liberadas por volta das 17 horas de ontem. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Acreúna, Afonso Henrique Pires, hoje o comércio decretará ponto facultativo e fechará as portas.

A movimentação não tem data para terminar. Ontem no trecho que dá acesso à cidade de Acreúna, um acidente envolvendo um caminhão e um trator provocou um congestionamento de mais de 2,5 km de estrada. No início da noite, nos municípios de Palmeiras de Goiás e Catalão foram feitas várias reuniões com diversos produtores para organizar as manifestações e definir dia e horário em que a mobilização vai começar.

A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) realizou ontem uma reunião com todos os presidentes de federações de agricultura dos Estados e líderes do movimento em todo País, a fim de formatar uma proposta e unificar as mobilizações. Ficou decidido que, de imediato, os produtores precisam de alongamento maior para o pagamento das dívidas públicas e privadas (fornecedores). Precisam ter garantia de proteção de preço, ou seja, a fomulação de uma política de preço mínimo e de diferenciação do custo entre as unidades da federação. A médio prazo, os produtores anseiam por medidas estruturais que possibilitem o escoamento da produção e garantia de entrega. Para isso é necessário melhoria nas estradas, portos e toda parte logística. A intenção da CNA é marcar o quanto antes audiências com o presidente Lula ou com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, para mostrar o documento e pedir soluções.

Segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) Claudinei Rigonatto, o documento com as medidas emergenciais solicitadas pelos produtores deve ser entregue ao presidente Lula o mais rápido possível. Toda pauta formulada é passível de ser atendida, resume. Ele explica que a situação é preocupante e pode tomar rumos indefinidos. Até o dia 16 sindicatos e federações se responsabilizam pelos movimentos. No dia 16, a CNA assume a mobilização. 

Municípios mobilizados
As mobilizações continuam persistentes e firmes em várias cidades do Estado. Em Chapadão do Céu, cidade distante 483 km de Goiânia, a mobilização começou quarta-feira, 3 de maio. De acordo com o presidente do sindicato rural, Renato Schneider, a movimentação de carga não-perecível na BR-050 é zero. O estreitamento da rodovia é feito durante 24 horas. A média diária de produtores presentes é de 100 pessoas por dia.

Renato explica que em reunião com a associação comercial de Chapadão do Céu, um balanço realizado pelas duas entidades verificou que este ano R$ 54 milhões deixarão de circular na cidade por conta da crise. Sem contar com o desemprego que ocorre desde o início da crise. Na cidade, os armazéns estão sem movimento porque a Ferronorte está parada e todas as entradas da cidade estão bloqueadas.

Em Palmeiras de Goiás e Acreúna foram realizadas assembléias ontem à noite para decidir a organização do movimento e que dia terá início. O presidente do sindicato rural de Palmeiras, José Orlando Forzani, pediu que os produtores da cidade unissem força com demais agropecuaristas de cidade vizinhas como Palminópolis, Edéia, Jandaia, Turvânia para fortalecer o movimento. A mobilização deve ter início amanhã com a interdição da rodovia que sai de Turvânia e vai até Edéia.