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| Braun e as faixas fixadas próximas à Câmara dos Deputados |
terça-feira (03) para participar de uma audiência pública junto aos parlamentares da Câmara Federal.
Viabilizada pelo deputado federal Luís Carlos Hienze (PDT/RS) e liderada pelo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), José Adão Braun, o encontro serviu escancarar a problemática da crise na suinocultura brasileira, que já dura 16 meses, e solicitar ajuda imediata do governo. A ABCS levou uma lista de ações que poderiam auxiliar na amenização da crise no setor (os suinocultores independentes brasileiros praticamente estão tendo que pagar para produzir, estão trabalhando abaixo da linha do vermelho, pois não estão recebendo um preço justo pelo quilo do animal para garantir uma certa rentabilidade). |
| Mesa debatedora na audiência pública |
A crise começou no final de 2001, quando foi verificado um excesso de animais alojados, portanto, excedendo um volume de produção de carne suína para 2002. A a alta do preço do milho (cotado em dólar), que acompanhou a disparada do câmbio em boa parte do ano passado, também foi outro fator bastante agravante neste cenário. E ainda houve os casos da doença de Aujeszky em Santa Catarina, no final de 2002, que barraram as exportações de carne suína da região para a Rússia, maior comprador do produto brasileiro. “Não podemos ficar na dependência de um só mercado, como á o caso da Rússia, que compra 80% das exportações de carne suína brasileira”, disse José Adão Braun. “Precisamos que o governo nos ajude na abertura de novos mercados ou na absorção do excedente de carne suína no mercado interno por meio da inclusão da carne na cesta básica, na merenda escola, na alimentação dos militares e no Programa Fome Zero, por exemplo”. A ABCS solicitou também a abertura de novas linhas de crédito para o suinocultor e a prorrogação para o pagamento das dívidas dos atuais empréstimos.
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| Passeata dos suinocultores por Brasília |
Protesto – Os suinocultores manifestaram sua preocupação publicamente, pelas ruas de Brasília e na Câmara dos Deputados, onde participaram da audiência pública a convite da Comissão da Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados. Antes da reunião, os suinocultores, vindos em caravanas do RS, SC, PR, SP, MG, GO, ES, MS e MT, concentraram-se em uma área próxima à Câmara Federal, onde mais de 30 faixas que descreviam a gravidade da situação dos produtores foram fixadas. Pouco antes da audiência, marcada para as 14h30, os suinocultores seguiram em passeata pelas ruas do Congresso Nacional, exibindo as faixas e pedindo melhores condições para uma produção digna.
Audiência – Cerca de 40 parlamentares acompanharam as solicitações dos suinocultores no Plenário 6, do Anexo 2 da Câmara Federal. O espaço foi insuficiente para os mais de 300 suinocultores, inúmeros jornalistas e fotógrafos que a alternativa foi liberar o Plenário 5 e disponibilizar um telão para que o demais pudessem acompanhar a reunião. Mesmo assim, os plenários pareciam minúsculos para abrigar tanta gente.
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| Parlamentares, suinocultores e imprensa no Plenário lotado |
No final, o esforço parece ter valido a pena. O governo assegurou aos produtores que voltará a intervir no mercado do milho, o principal e mais caro insumo na criação de suínos. O secretário de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, também revelou na audiência a liberação extraordinária de R$ 370 milhões para a compra de 1,5 milhão de toneladas de milho que entrariam no sistema de leilões com contrato de opção. Outra boa notícia do secretário aos suinocultores presentes foi a grande possibilidade de a Rússia voltar a comprar carne suína de SC e do RS nos próximos dias, já que o governo russo se mostrou proposto a aceitar a certificação de área livre por município.
